Taxas caem aliviadas com fiscal doméstico

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 31 de janeiro de 2025 – As taxas dos contratos futuros de DepósitosInterfinanceiros (DIs) operam em queda, aliviadas com o fiscal doméstico após resultadosdivulgados pelo Banco Central (BC) no começo da manhã.

Ontem o presidente Luiz Inácio Lula Da Silva deu uma longa entrevista coletiva em que disse queacredita que não haveria mais cortes de custos por parte do governo, fala que alguns analistasinterpretaram como ruim. Mais cedo, no entanto, o BC divulgou que o setor público consolidadoregistrou em 2024 déficit primário R$ 47,6 bilhões (0,40% do PIB), ante déficit de R$249,1bilhões (2,28% do PIB) em 2023.

Para o consultor econômico André Galhardo, da plataforma Remessa Online, o mercado parece terentendido – a partir dos dados de 2024 – que o governo sabe que o cumprimento do arcabouço éinegociável.

“De modo geral, apesar dos riscos, apesar da volatilidade, da dificuldade do governo em enviar umrecado mais contundente que vai continuar cortando despesa para fazer com que o arcabouço pare depé no longo prazo, apesar de tudo isso, o resultado de 2024 endossa aquela nossa fala inicial: ogoverno entende que o cumprimento do arcabouço fiscal, econômica e politicamente, éinegociável”, avalia.

“Portanto, embora existam desafios, o arcabouço deve ser cumprido em 2025 sem nenhum tipo – e euespero não estar enganado aqui – de mudança na forma como algumas despesas são alocadas, semnenhum tipo de mudança no que diz respeito ao que deve ser interpretado como despesaextraordinária.

Neste contexto, o arcabouço será cumprido também em 2025 e 2026, apesar da fala do Lula. E issotem empurrado as taxas para baixo.”

O IBGE divulgou, ainda que a taxa de desocupação chegou a 6,2% no trimestre encerrado em dezembrode 2024, com estabilidade em relação ao trimestre de julho a setembro (6,4%). Com o resultado, ataxa média anual do índice foi de 6,6% em 2024, o que representa uma retração de 1,2 p.p. frentea de 2023 (7,8%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicíliosContínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (31) pelo IBGE.

O resultado ficou dentro da mediana das expectativas do mercado financeiro, de 6,05%, conforme oTermômetro Safras. O número anual é o menor da série histórica iniciada em 2012, quando foi de7,4%. A menor taxa da série até então havia sido em 2014 (7,0%).

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, entende que a taxa de desempregodecepcionou e teve uma abertura setorial ruim – mas o detalhamento dos dados foi um pouco melhor: apopulação ocupada formal e a massa salarial real fizeram novos recordes, sinalizando que o consumodas famílias deve seguir bem apoiado no início de 2025.

“No entanto, vale notar que Caged e Pnad decepcionaram em dezembro. Mais do que isso, fazia tempoque a Pnad não vinha pior que o consenso. A desaceleração econômica, iniciada nos dados deatividade de novembro, vai ganhando força, apesar de acreditar que a atividade em 1T25 serárobusta devido à safra recorde”, avalia.

Por volta das 12h45 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,905 de14,855% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,920%, de 14,980%, o DIpara janeiro de 2028 ia a 14,740%, de 14,865%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,665% de14,865% na mesma comparação. O dólar opera em queda, cotado a R$ 5.8534 para venda.

Camila Brunelli / Safras News

Copyright 2024 – Grupo CMA

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