Taxas fecham em firme alta com Copom hawkish e dólar forte

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 12 de dezembro de 2024 – As taxas dos contratos futuros de DepósitosInterfinanceiros (DIs) fecham em firme alta depois da decisão do Comitê de Política Monetária(Copom) de elevar a Selic (taxa básica de juros) em 100 pontos base, além da indicação deforward guidance de mais duas altas de 100 pontos. O dólar forte também pressiona as taxas porconta do temor de pressão inflacionária.

Na leitura do analista Bruno Komura, da Potenza Capital, a decisão do Copom e o comunicado hawkishforam positivos. Ele aposta em uma eventual queda das curvas longas, “mas será um movimento maisdemorado.”

Na opinião dele, as taxas sobem porque o dólar em alta pressiona as taxas por conta do temorinflacionário.

Para o economista André Perfeito, isso implica dizer que a Selic vai pelo menos até 14,25%. “Minhaimpressão é que devem desacelerar as altas com uma alta de 50 pontos e depois uma final de 25pontos.”

“Seja como for a decisão foi acertada em subir os juros curtos, afinal o que é mais importantesão os juros longos, que são os que regem o investimento e consumo de alguns bens duráveis – eestes devem cair nos próximos dias”, avalia Perfeito.

“O BC mostrou humildade em reconhecer que estava atrasado e ficando atras da curva e maisimportante, mostrou capacidade de reacao e adaptação, recuperando as rédeas da condução depolitica monetaria ao subir 100bps e retomar o forward guidance de maneira a sinalizar mais altasneste ritmo à frente, diz o estrategista chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha.

Gustavo Jesus, sócio da RGW Investimentos entende que a decisão do Copom reforça compromissotécnico e beneficia o mercado no longo prazo.

“A decisão unânime do Copom de elevar a Selic em 1 ponto percentual, além de sinalizar mais duasaltas de mesma magnitude, demonstrou um comprometimento técnico com a meta de inflação. Essapostura mais hawkish foi mais firme do que o esperado, enviando um sinal claro de que o BancoCentral está disposto a enfrentar a rápida deterioração do quadro econômico, causada porfatores tanto externos quanto, principalmente, internos”, avalia.

Jesus acredita que a decisão deve ser interpretada como positiva pelo mercado. “Podemos esperar umaredução dos prêmios de risco, principalmente na curva longa de juros – com taxas de títuloslongos recuando diante da perspectiva de controle da inflação no futuro e a possibilidade decortes de juros mais à frente. Já na ponta curta da curva, os juros devem subir, uma vez que omercado não precificava uma postura tão agressiva do Banco Central (BC)”, diz ele.

Ha pouco, o secretário executivo, do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, em uma conversa rápidacom os jornalistas hoje mais cedo, disse que o ministério e o Legislativo estão em conversaconstante sobre o PL 4614/24, que ajusta despesas referentes ao salário-mínimo às limitações doarcabouço fiscal.

“As diretrizes da condução dessa negociação é a de preservar o efeito da economia que nósvamos ter nos próximos anos e preservar o impacto em termos de decréscimo do crescimento dasdespesas”, disse.

Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 12,153% de11,999% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 14,685%, de 14,205, o DIpara janeiro de 2027 ia a 14,770%, de 14,725%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 14,500% de14,165% na mesma comparação. O dólar opera em alta, cotado a R$ 6,0308 para venda.

Camila Brunelli / Safras News

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