São Paulo, 3 de fevereiro de 2025 – O presidente dos EUA, Donald Trump, encerrou semanas deespeculação ao anunciar tarifas sobre produtos do Canadá, México e China. Mas, para ThomasMathews, chefe de mercados da região da Ásia-Pacífico da Capital Economics, apesar dasmovimentações no mercado, os investidores ainda esperam uma possível reversão. Até o momento, odólar canadense e o peso mexicano não tiveram grandes quedas, o que pode ser reflexo das ameaçasde retaliação por parte desses países. “No entanto, a valorização recente do dólar pode tersido impulsionada por fatores além das tarifas, especialmente desde que as chances de reeleiçãode Trump começaram a aumentar no ano passado”, afirma.
O iuane chinês tem sido uma exceção, mantendo-se relativamente estável nos mercadosoffshore, mesmo com a China sendo alvo das tarifas. Ele acredita que isso provavelmente se deve àintervenção do Banco Central da China (PBoC), e não a fatores econômicos internos. “Mas, com aeconomia chinesa perdendo força no início deste ano, é possível que o PBoC permita umadesvalorização mais acentuada da moeda em breve, independentemente de uma possível reversão dastarifas”.
As tarifas são prejudiciais para as ações dos EUA, mas tendem a ser ainda piores paramercados internacionais. Durante a guerra comercial de 2018, as bolsas estrangeiras sofreram mais doque as americanas, e o mesmo padrão foi observado no pregão asiático de hoje, onde apenas osíndices de Hong Kong tiveram desempenho superior ao dos futuros do S&P 500. Isso sugere que osinvestidores ainda aguardam um possível alívio.
Trump anunciou que se reunirá com os líderes do Canadá e do México, o que pode indicar umanegociação para amenizar as tarifas. Se ele conseguir concessões suficientes, pode declararvitória e retirar as medidas. “No entanto, caso as tarifas sejam mantidas ou ampliadas, osmovimentos observados hoje nos mercados podem ser apenas o começo de uma volatilidade ainda maior”,conclui.
Vanessa Zampronho / Safras News
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