São Paulo, 15 de maio de 2025 – A SLC Agrícola divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025,com lucro líquido de R$ 510,7 milhões, alta de 123,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Oprincipal fator que contribuiu para essa variação foi o aumento de R$429,9 milhões no resultadobruto, disse a administração da SLC, no relatório trimestral.
Às 15h40, a ação da companhia subia 1,07%, a R$ 18,87.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustadocresceu 34% no 1T25, totalizando R$ 943,6 milhões. Já a margem Ebitda ajustado atingiu 40,5% entrejaneiro e março de 2025, alta de 4,5 ponto percentual (pp) frente a margem registrada em 1T24.
A receita líquida foi de R$ 2,3 bilhões, alta de 19,1% na comparação com igual etapa de 2024.
A XP Investimentos disse que a companhia reportou um início de ano sólido, com uma superaçãobem-vinda em suas operações de algodão. Os volumes de algodão em pluma aumentaram 26% nacomparação anual, um ritmo de vendas importante considerando que a empresa tem acumulado estoquesde algodão há algum tempo. Os volumes mais altos ajudaram a margem bruta ajustada a fechar otrimestre em 37,4%, elevando o lucro bruto.
A corretora ressaltou ainda que o trimestre foi marcado por uma intensa volatilidade nos preços decommodities devido à guerra comercial em andamento entre os EUA e a China, favorecendo o aumento naposição de hedge para soja e milho 2024/25, embora o algodão tenha sido deixado de lado.”Permanecemos pessimistas em relação aos preços de commodities e não vemos um valuation nãoatraente, mantemos nossa recomendação neutra para a ação”, explicou.
A Genial Investimentos disse que, embora o resultado do trimestre tenha sido positivo, o pipelineaquecido de M&As, com um gross up do Capex visando aumento de área plantada deterioraram aexpectativa de FCF yield para 2025 e 2026.
“O VPL da conversão das áreas arrendadas em terras próprias foi estimado entre R$ 300 e 400milhões, apesar do valor por hectare desembolsado representar um desconto significativo frente àavaliação média de R$58k/ha. Esse investimento reduziu em 5 p.p. o FCF yield 25-26E considerandoa primeira parcela paga em 2025 e a segunda em 2026. Como resultado, o FCF 25E permanece emterritório negativo e o de 26E também passa a ficar negativo, o que limita a capacidade dedistribuição de proventos aos acionistas. Dessa forma, estamos rebaixando a recomendação dacompanhia de comprar para manter, com preço-alvo passando de R$ 22 para R$ 21/ação”, apontou aGenial.
O BTG Pactual ressaltou que a SLC há muito se posiciona como um player anticíclico, preservando ocaixa durante os ciclos de alta, enquanto aproveita as crises como oportunidades de expansão. Oaumento contínuo da área plantada reforça essa estratégia. O comportamento das ações da SLCfrequentemente acompanha os preços das commodities no curto prazo. No entanto, suas melhorias deprodutividade e seu perfil de investimento anticíclico tendem a amplificar seu desempenho quando ospreços se recuperam. “Conforme discutido em nossa nota recente após as últimas estimativas desafra do USDA, o pêndulo da margem parece estar se voltando para os produtores agrícolas, com aperspectiva para commodities agrícolas se tornando mais positiva. Oferecendo uma rara combinaçãode crescimento e valor, e negociando com um alto rendimento de FCF de um dígito, apesar dos preçosdas commodities ainda deprimidos, vemos este como um momento atraente para comprar ações dacompanhia, que continua sendo uma de nossas principais escolhas”, detalhou o BTG, que apontoupreço-alvo de R$ 24.
Em videoconferência realizada nestaquarta-feira (14), o diretor financeiro da companhia, Ivo Brum, afirmou que resultado foiimpulsionado principalmente pela recuperação da produtividade da soja e pelo aumento de 10% naárea plantada pela companhia. Brum relatou que a safra 2024/25 foi beneficiada por melhorescondições climáticas em comparação com o ciclo anterior. A soja teve uma produtividade médiade 3.958 quilos por hectare – 21,3% acima do ano anterior e 12% superior à média nacional, apesarde ligeiramente abaixo do projetado (-0,5%).
Para a safra 2025/26, a companhia já teve um bom avanço nas compras de insumos. Foramadquiridos 57% dos nitrogenados, 82% do cloreto de potássio, 69% do fosfato e 57% dos defensivoscomprados.
A SLC projeta um aumento na área plantada para a safra 2025/26. Segundo Brum, as transaçõesrecentemente anunciadas permitirão viabilizar esse crescimento por meio da nova operação.
Com Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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