SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cinquenta dos mais de 300 alunos sequestrados de uma escola católica da Nigéria na semana passada conseguiram escapar e já estão de volta com suas famílias, afirmou um grupo cristão do país africano neste domingo (23).
“Recebemos uma boa notícia: 50 alunos escaparam e se reuniram com seus pais”, declarou em um comunicado Bulus Yohanna, bispo católico que é proprietário da instituição de ensino, chamada St. Mary’s, e presidente da Associação Cristã da Nigéria (CAN, na sigla em inglês).
A fuga teria ocorrido entre sexta (21) e sábado (22). No entanto, cerca de 253 dos sequestrados, incluindo 12 funcionários e professores, ainda estão em cativeiro, segundo Yohanna. “Embora o retorno desses 50 jovens que conseguiram escapar nos traga algum alívio, peço que continuem orando para que as outras vítimas sejam salvas e retornem sãs e salvas, afirmou o bispo.
O caso teve início na sexta, quando homens armados raptaram 315 estudantes e professores na St. Mary’s, no oeste da Nigéria trata-se do mais recente de uma série de ataques a escolas no país que obrigou alguns estados do norte a fecharem temporariamente instituições de ensino. No início da semana, 25 meninas já haviam sido raptadas em um colégio no estado de Kebbi, no noroeste nigeriano.
O número de estudantes raptados em St. Mary’s, com idades entre 8 e 18 anos, representa quase metade dos 629 alunos da instituição. Após saber da fuga de alguns dos estudantes, os pais correram para a escola, localizada no estado de Níger, a oeste da capital, Abuja.
Amose Ibrahim foi um deles. Ele tentava saber se algum de seus três filhos, incluindo um de seis anos, havia escapado. “Infelizmente, eles não estavam entre os fugitivos”, afirmou à agência de notícias Reuters por telefone. “Neste momento, muitos pais e seus familiares estão circulando pela escola.”
A Nigéria é dividida entre um norte predominantemente muçulmano e um sul predominantemente cristão. Há 16 anos, o noroeste da Nigéria é palco de uma insurgência jihadista que deixou ao menos 40 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados.
Em resposta aos sequestros, o papa Leão 14 implorou pediu a soltura dos sequestrados. “Faço um apelo sincero pela libertação imediata dos reféns”, disse o Papa ao final de uma missa na Praça de São Pedro, em Roma.