8% acham que Bolsonaro deveria apoiar Flávio, 22%, Michelle, e 20%, Tarcísio, aponta Datafolha

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Flávio Bolsonaro, senador pelo PL-RJ que se declarou o nome do pai para o pleito de 2026, só é visto como ideal para ser lançado pelo ex-presidente por 8% dos eleitores brasileiros. Preferem a ex-primeira-dama Michelle 22% e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), 20%.

Foi o que aferiu a nova pesquisa do Datafolha sobre a sucessão presidencial do ano que vem, na qual a direita se vê dividida com seu principal nome preso e inelegível, enquanto o campo da esquerda se concentra em torno do presidente Lula (PT).

O instituto ouviu 2.002 pessoas de 2 a 4 de dezembro, antes, portanto, do anúncio de Flávio de que seria o candidato. A fotografia não favorece o senador, que já sofre resistências do centrão.

Em julho, 23% citavam Michelle como o nome que deveria ser indicado por Jair Bolsonaro (PL) para concorrer à Presidência. O índice foi agora para 22%, oscilação na margem de erro de dois pontos do levantamento. Tarcísio tinha 21% e oscilou para 20%. O governador Ratinho Jr. (PSD-PR) também variou, de 10% para 12%, enquanto o irmão de Flávio, o deputado exilado Eduardo (PL-SP), foi de 11% para 9%.

O senador fluminense também oscilou, de 9% para 8%, numa estabilidade registrada também pelos governadores Ronaldo Caidado (União Brasil-GO), que ficou com 6%, e Romeu Zema (Novo-MG), que foi de 5% para 4%.

Não que o apoio de Bolsonaro seja, segundo os eleitores ouvidos, uma coisa necessariamente boa. Para 50% deles, um nome indicado pelo ex-presidente nunca receberia seu voto. Já 26% dizem o contrário, que com certeza iriam com um bolsonarista com selo de origem, e 21%, que talvez o fizessem. Já 3% não souberam responder.

Até pelo óbvio “recall”, Bolsonaro é o segundo nome mais lembrado na pesquisa espontânea feita pelo Datafolha, com 7% de citações para a Presidência. Lula lidera esse ranking com 24%, enquanto Tarcísio (2%) empata com Ratinho Jr. (1%).

Como pela regra vigente o ex-presidente condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe pelo Supremo só poderá disputar num longíquo 2060, quando terá 105 anos se estiver vivo, o foco se vira para os herdeiros presumidos.

Pelo peso político e econômico de São Paulo, Tarcísio, um desconhecido ministro da Infraestrutura de Bolsonaro que serviu discretamente sob os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), sendo sacado pelo então chefe para a disputa no estado que mal conhecia em 2022, emergia como o nome óbvio.

Mas o oblívio de Bolsonaro forçou a família a refazer cálculos, buscando a manutenção da relevância no cenário da direita. Foi assim que foi lida, entre líderes de partidos do centrão e do centro, a indicação anunciada pelo próprio Flávio na sexta-feira (5).

Resta agora convencer os fiéis do bolsonarismo, para começar, um grupo estimado em 20% do eleitorado em um recorte feito pelo Datafolha que leva em conta fatores como o voto em 2022 e o arrependimento dele.

É um segmento com características que batem com o que o folclore político considera um bolsonarista: homem, mais evangélico do que católico, branco, de classe média a alta.

Nesse grupo, Michelle é vista como nome ideal que Bolsonaro deveria ungir para levar sua bandeira contra a de Lula em 2026: 35% dos ouvidos acham isso. Já 30%, um empate técnico na margem de erro específica calculada, preferem o governador de São Paulo.

Os dois outros postulantes da família Bolsonaro ficam bem mais atrás: querem como candidato do clã Eduardo 14%, ante apenas 9% que citam o escolhido anunciado, Flávio. Mais atrás ficam Caiado, com 4% de citações, e Zema, com 2%.

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