SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Grupo Fictor, que nesta segunda-feira (17) anunciou proposta de compra do Banco Master, é um conglomerado que cresceu com o financiamento ao agronegócio e hoje tem atividades que vão de marmitas a cartão de crédito e hidrogênio verde.
Por meio da Fictor Asset, o grupo capta recursos para financiar o agronegócio por meio de fundos de direitos creditórios, além de investir em energia, imóveis e crédito consignado, de acordo com o site da gestora.
No ramo de alimentos, o Grupo Fictor é dono de marcas como Dr. Foods, que vende marmitas e comida para pets, da trader de grãos Vensa e do abatedouro e atacadista de frangos Fredini.
O site do conglomerado divulga escritórios em São Paulo, Miami (EUA) e Lisboa (Portugal), enquanto os CNPJs sob gestão do grupo mostram o coração da operação no interior do Brasil, nos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo.
O Fictor diz que tem, no total, cerca de 30 empreendimentos que somam mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões). No LinkedIn, seu CEO, o investidor fluminense Rafael Góis, afirma que o grupo nasceu focado em tecnologia, antes de mudar em direção à comercialização de commodities e à indústria alimentícia.
Desde 2021, a empresa passou a expandir sua área de atuação para além do agronegócio. O site do conglomerado destaca a atividade do grupo nos segmentos de serviço financeiro e infraestrutura. “Nosso propósito é impulsionar negócios sustentáveis que fortaleçam a economia”, afirma comunicado do grupo.
Em 2022, o conglomerado fundou a FictorPay, uma empresa de pagamentos com foco no produtor rural. Seu principal produto é um cartão corporativo American Express, que permite parcelar a compra de insumos (como ração e fertilizantes) em até 12 vezes, com juros na casa de 15% ao ano.
Um ano depois, o Fictor anunciou a compra da Dynamis, uma empresa americana de energia, atuante na conversão de resíduos em eletricidade. O grupo também tem um braço de hidrogênio verde (versão sustentável do gás, ainda em desenvolvimento), com pedidos de ligação à rede de transmissão de energia no Brasil.
A Fictor Alimentos, uma das empresas do conglomerado, tem ações negociadas na Bolsa brasileira. No ano passado, a empresa comprou a Atom Participações, liderada pela influenciadora de educação financeira Carol Paiffer, também jurada do programa Shark Tank Brasil.
O negócio, feito em parceria com a Conquest, facilitou a entrada da Fictor na B3. A operação é conhecida como “IPO reverso”, na qual, em vez de uma empresa passar pelo processo de oferta pública de ações, usa a “casca” de uma companhia listada para operar na Bolsa.
Depois da compra, a Atom foi renomeada para Fictor Alimentos, braço da holding no agronegócio.
A compra do Banco Master foi anunciada com o mercado de ações ainda aberto. No final do pregão, a Fictor Alimentos, de ticker FICT3, avançou 2,3%, tendo valor de mercado de R$ 138,165 milhões.
Desde maio, o grupo Fictor patrocina o Palmeiras com R$ 30 milhões anuais, em um vínculo com duração prevista de três anos. O valor garantiu o patrocínio master nas categorias de base do clube paulistano, além de um lugar nas costas da camiseta da equipe principal.
No mês passado, a FictorPay sofreu um furto de R$ 24 milhões, a partir de um ataque cibernético. A empresa usa tecnologia da Diletta, startup que teve o sistema invadido.