SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Jeep abriu o segundo dia de imprensa do Salão do Automóvel com uma das cenas mais emblemáticas da história dos salões.
Durante o Salão de Detroit de 1992, ao volante Jeep Grand Cherokee, que estreava no mundo dos automóveis, o então executivo mais importante da Chrysler, Bob Lutz, subiu as escadarias do Cobo Hall e, ao se aproximar do pavilhão, atravessou uma prede de vidro. Os estilhaços de vidro de alguma forma espelhavam o espírito desbravador do SUV.
Nesta quinta-feira (20), o Jeep Avenger subiu ao palco do Salão de São Paulo com uma montanha de cacos de vidro sobre o capô. Não foi a entrada triunfal de 33 anos atrás, mas trouxe a mensagem sobre a importância do conceito e do legado da montadora.
“O Avenger será a nova porta de entrada da Jeep”, diz Hugo Domingues, vice-presidente da marca para a América do Sul.
Em setembro, a Stellantis confirmou que a produção do Jeep Avenger será feita no polo automotivo de Porto Real, no Rio de Janeiro. A planta fabrica atualmente os modelos Citroën Basalt, Aircross e C3.
A produção do futuro Jeep integra o plano de investimentos de R$ 3 bilhões que serão aplicados à planta fluminense entre 2025 e 2030.
De acordo com a empresa, no início do ano, 300 novas contratações foram anunciadas para o polo de Porto Real e a região receberá cinco novos fornecedores, dos quais dois estarão instalados dentro do parque até 2026.
Há a perspectiva de ampliar a produção e reforçar a cadeia de fornecimento e tecnologia na região nos próximos anos. O modelo será também o primeiro carro nacional com Chat GPT.
INVESTIMENTOS EM PRODUÇÃO NO BRASIL
O Salão do Automóvel começou nesta semana em São Paulo com anúncios de investimentos. Renault e Geely anunciaram que vão investir R$ 3,8 bilhões no complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), onde a empresa francesa produz sua linha atual.
A marca foi a única europeia a apresentar carro no primeiro dia do salão. O SUV Koleos será o próximo lançamento, no primeiro semestre de 2026. O modelo chega para ser o primeiro híbrido da fabricante no país.
Além do utilitário, a montadora exibiu um conceito da picape Niagara no telão, confirmando a estreia da versão final para o segundo semestre do mesmo ano.
Na sua estreia em um salão nacional, a GWM destaca seu primeiro modelo nacional, o Haval H6, e confirma 12 lançamentos para o próximo ano. A marca chinesa pretende crescer 38% e chegar a 150 lojas em 2026. A montadora planeja ampliar a produção em Iracemápolis (interior de São Paulo) e, no futuro, abrir uma segunda fábrica no Brasil.
A japonesa Honda comemora o sucesso do recém-lançado WR-V (a partir de R$ 144,9 mil) e também planeja ampliar a produção em Itirapina (interior de São Paulo). As vendas da marca no mercado nacional registram alta de cerca de 15% no acumulado de 2025.
A sul-coreana Kia é a marca com maior número de lançamentos entre renovações e modelos inéditos. A maior parte estreia ao longo de 2026, com destaque para a picape a diesel Tasman, a linha K4 (hatch e sedã) e os híbridos Sportage e Stonic. O SUV de luxo Sorento também vai retornar ao mercado brasileiro.
A montadora planeja recuperar o espaço perdido ao longo da última década. “Passamos por momentos muito bons e muitos ruins no mercado brasileiro”, disse José Luiz Gandini, presidente da Kia Motor do Brasil.
