SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A brasileira Lecar vive um choque de realidade na indústria automotiva. Após mudar o plano de produzir um carro elétrico nacional para apostar em modelos híbridos flex, a futura montadora divulga novos prazos.
O início da construção da fábrica de Sooretama (ES) deve ocorrer no primeiro trimestre de 2026, após a conclusão dos processos de licenciamento ambiental. O terreno tem 460 mil metros quadrados, e o plano é ter capacidade para montar 120 mil automóveis por ano.
Inicialmente, a Lecar previa que seus carros seriam produzidos a partir de dezembro de 2024, o que significaria desenvolver veículos do zero e colocá-los nas ruas em cerca de dois anos. O prazo curto gerou desconfiança no mercado e, de fato, se comprovou inviável. Mas os planos seguem.
“Até eu, se chegasse uma pessoa e dissesse que iria fazer um carro no Brasil, teria dúvidas [sobre a viabilidade do projeto]”, disse Flávio Figueiredo Assis, empresário capixaba que iniciou o projeto em 2022 e sonhava ser o Elon Musk brasileiro. “Somos só uma sementinha do futuro da mobilidade no Brasil.”
O empresário conseguiu fechar parcerias com as empresas WEG e Horse para o fornecimento do sistema híbrido flex. Entretanto, ainda não existem protótipos funcionais, embora os desenhos dos modelos já tenham sido definidos.
A marca construiu protótipos de um cupê, que vai se chamar 459, da picape Campo e, agora, do utilitário esportivo Tático.
Assis chegou a afirmar que a motorização híbrida flex permitiria rodar cerca de 33 km queimando apenas um litro de etanol. Contudo, o número só poderá ser verificado quando versões prontas para rodar estiverem prontas.