Ex-príncipe Andrew deve prestar depoimento sobre caso Epstein, diz Starmer

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que o ex-príncipe Andrew deve cooperar com investigação do Congresso dos Estados Unidos e dizer o que sabe sobre o caso de Jeffrey Epstein, acusado de exploração e tráfico sexual. As declarações foram dadas pelo premiê britânico a repórteres neste sábado (21), durante o primeiro dia da Cúpula de Líderes do G20.

“Não vou comentar o caso específico dele”, disse Starmer a jornalistas. “Mas, como princípio geral que defendo há muito tempo, qualquer pessoa que tenha informações relevantes em relação a esse tipo de caso deve fornecer essas provas a quem precisar delas”, afirmou o premiê britânico.

Andrew havia sido chamado pelo comitê de supervisão da Câmara dos Representantes dos EUA para que prestasse esclarecimentos acerca do caso. O ex-príncipe não respondeu aos congressistas americanos –seu prazo venceu na última quinta-feira (20).

Em comunicado, Robert Garcia e Suhas Subramanyam, do Partido Democrata, afirmaram que o silêncio de Andrew “diz muito”.

Starmer acrescentou que a resposta de Andrew ao Congresso dos EUA seria uma “decisão dele”. “Minha posição geral é que, se você tem informações relevantes, deve estar preparado para compartilhá-las”, disse o primeiro-ministro.

As declarações de Starmer colocam ainda mais pressão sobre o ex-príncipe em meio ao caso Epstein e foram repercutidas pela imprensa britânica.

Andrew era amigo do financista americano, morto em 2019. O ex-príncipe é acusado de ter abusado sexualmente de uma das vítimas de Epstein, Virginia Giuffre, acusações que ele nega.

“Os documentos que analisamos, juntamente com os registros públicos e o depoimento de Virginia, levantam questões sérias que ele [Andrew] precisa responder”, disseram os congressistas democratas.

Andrew, irmão do rei Charles 3º, perdeu o título de príncipe e teve de deixar a mansão da Coroa britânica onde vivia, afirmou o Palácio de Buckingham no mês passado. A decisão foi tomada pelo monarca após denúncias do suposto envolvimento do ex-príncipe no caso Epstein.

“Essas censuras são consideradas necessárias, apesar de ele continuar negando as acusações contra ele”, afirma a nota divulgada pelo palácio. Ele será chamado, a partir de então, de Andrew Mountbatten Windsor, sem qualquer título ou honraria da monarquia britânica. Apesar disso, o agora ex-príncipe de 65 anos continua sendo o oitavo na linha de sucessão ao trono do Reino Unido.

Depois de meses de desgaste e resistência, o presidente dos EUA, Donald Trump, que também já foi próximo de Epstein, cedeu à pressão da base do Partido Republicano e liberou os arquivos da investigação sobre o suposto esquema de tráfico sexual operado pelo financista.

Trump disse ter assinado nesta quarta-feira (19) a lei aprovada de forma quase unânime pelo Congresso na terça (18), ordenando que o Departamento de Justiça publique todos os documentos não sigilosos sobre a investigação. Ele tinha dez dias para sancionar ou vetar o texto.

O presidente anunciou a assinatura em um post na sua rede, a Truth Social, em que repetiu as acusações de que o caso tem ligação com os democratas, não com os republicanos, e que seus opositores estariam usando “a questão Epstein” para “tentar desviar” do que ele chamou de suas “INCRÍVEIS vitórias”.

“Esta última farsa se voltará contra os democratas, assim como todas as outras!”, escreveu Trump.

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