Ingresso do Salão do Automóvel sobe de preço e acaba em dia cheio de estreia

Uma image de notas de 20 reais

Imagem gerada por IA

SÃO PAULO, SP (FOLHARPESS) – Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao visitar a pré-abertura do Salão do Automóvel de São Paulo na quinta-feira (20), criticou o preço do ingresso, ele vai se queixar ainda mais: o valor já subiu.

O evento foi aberto ao público neste sábado (22), com entradas vendidas a R$ 126 para quem comprou para os dias de semana e R$ 162 para sábado e domingo. Mas os tíquetes nessa faixa de preço rapidamente acabaram.

A animação dos visitantes nas filas dos portões de acesso desde o horário da abertura, antes do meio-dia, sinalizava o sucesso de vendas dos ingressos, cujos preços sobem conforme avança a quantidade demandada. Os tíquetes para este sábado se esgotaram entre 16h e 17h, segundo os organizadores.

Para os demais dias, os dois primeiros lotes mais baratos acabaram, e a venda entrou no chamado “terceiro lote”, que passa a custar mais caro.

“Muita gente vai vir visitar, apesar de o preço [do ingresso] estar um pouco caro”, disse Lula na quinta-feira. A partir de agora, os ingressos durante a semana passam a custar R$ 145 e no fim de semana saem por R$ 188, até o próximo domingo (30), quando se encerra a edição deste ano. Há opções de meia entrada.

O frisson em torno do evento se justifica porque a capital paulista passou sete anos sem o Salão do Automóvel. Ele não ocorria desde 2018, mas voltou depois de um pedido feito pelo presidente Lula à Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) em abril de 2024. O anúncio do retorno foi feito pela entidade meses depois, em outubro.

Logo ao entrar no pavilhão de exposições do Anhembi, neste sábado, os estandes relembram o visitante de que o mundo mudou neste intervalo. Além dos robôs futuristas que saúdam o público e posam para fotos com quem chega no espaço da Caoa Changan, é possível ver um e-vtol (aeronave de decolagem e aterrissagem vertical) na recepção da chinesa GAC.

Nos comentários de quem passa por ali é comum ouvir exclamações sobre como o futuro chegou rápido e apostas de quantos anos terão se passado até que os carros voadores entrem no uso cotidiano.

O destaque dado pelas montadoras aos modelos de carros híbridos e elétricos também ilustra a evolução da indústria automotiva neste período. Mas há outros traços marcantes, como a presença menos ostensiva de mulheres em collants e decotes erotizados para atrair o público masculino -uma imagem tradicional do Salão do Automóvel do passado.

Acostumado a frequentar o evento até 2018, Heitor Girelli, professor, disse ter se surpreendido com a quantidade de gente neste sábado. Alguns estandes ficaram tão cheios que era difícil andar ao redor dos carros para observar. Outro aspecto que lhe chamou a atenção foi a chegada de novas marcas.

“Tem muitas montadoras chinesas”, disse Girelli.

As marcas orientais avançaram, especialmente as chinesas, como a Geely, que anunciou produção nacional do SUV EX5 EM-i a partir de 2026, e a GWM, que destacou seu primeiro modelo nacional, o Haval H6, e confirmou 12 lançamentos para o próximo ano.

Entre os visitantes, há um clima de saudade. O comerciante Rogério Pontarolli afirma que a memória o enganou e ele dirigiu para o endereço antigo, na rodovia dos Imigrantes, onde o salão foi realizado no passado, em vez de ir ao Anhembi.

Fernando Masiero, funcionário público, disse ter sentido falta de mais lançamentos nesta edição. “De 2006 a 2018, eu sempre fui ao Salão do Automóvel. No último, eu fui três vezes. Mas dessa vez acho que tem poucas novidades em modelos”, afirma ele.

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