Nvidia de olho em recursos do Brasil, Trump vira amigo de todos e outros destaques do mercado

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Nvidia está de olho nas terras, energia e água do Brasil, Trump vira amigo de todos e outros destaques do mercado nesta terça-feira (25).

**APOSTANDO NO BRASIL**

A Nvidia, empresa mais valiosa do mundo, espera que as vendas para data centers no Brasil engordem as suas receitas a partir de janeiro de 2026. A expectativa é do diretor da companhia para a América Latina, Márcio Aguiar.

O setor reza por uma mudança no regime tributário para esse tipo de investimento.

O QUÊ?

Data centers são lugares físicos —normalmente, galpões— que abrigam as máquinas que rodam serviços de armazenamento e distribuição de dados. Tecnologias como memória em nuvem e inteligência artificial aumentaram a demanda por eles.

Há três condições do mundo físico para que esses “hubs” existam: espaço, energia elétrica e capacidade de resfriamento —isto é, acesso a uma abundância de água.

MUDANÇA NAS CONTAS

Está nos planos de Lula facilitar a instalação desses empreendimentos nacionalmente. Centro-Oeste e Norte, onde há menor densidade populacional, são as regiões mais cotadas.

Em 2026, se o Congresso aprovar, começa a valer uma MP (medida provisória) que zera os impostos federais de produtos comprados pelo setor de processamento de dados no país.

Na lista, os chips e as GPUs (unidades de processamento gráfico), produtos que somam 90% das vendas da big tech.

Pressão baixa. O Brasil tem hoje menos de 200 dos mais de 10 mil data centers espalhados pelo mundo, enquanto os EUA retêm 40% da distribuição global.

A expansão para países como o nosso faz sentido nesse cenário: a capacidade elétrica dos americanos para receber esses centros está perto do limite.

Nos EUA, o preço da conta de energia em locais próximos a data centers disparou até 267% em relação ao que custava há cinco anos, mostra análise da Bloomberg.

Isto é… ao mesmo tempo que a instalação de centros de dados aqui pode aproximar o país do dinheiro que corre entre as big techs, é provável que ela sobrecarregue as matrizes energética e hídrica brasileiras — um problemão a longo prazo.

**AMIGO DE TODOS**

Donald Trump começou seu mandato como presidente dos EUA em janeiro mostrando os dentes para o restante do mundo. Em pouco tempo, colocou em ação as tarifas que havia prometido ao longo da campanha eleitoral.

Agora, uma versão mais mansa do republicano aparece nos encontros com outros chefes de Estado. Foi assim com Lula e, agora, com Xi Jinping, líder chinês.

“CONVERSA MUITO BOA”

Foi como o líder da Casa Branca definiu uma ligação telefônica que teve com Xi. Eles discutiram a guerra na Ucrânia, o tráfico de fentanil e um acordo que favorece os agricultores americanos.

A secretária de Agricultura do país, Brooke Rollins, disse que o tratado pode ser anunciado em duas semanas e que também haverá um anúncio de Pequim sobre compras de soja, sem maiores detalhes.

O Brasil é o maior exportador de soja do mundo, enquanto os chineses são os maiores compradores do grão. Há uma relação comercial importante entre os países, na qual os asiáticos dão uma parte importante dos ganhos do agronegócio nacional.

Um acordo em que o gigante asiático se comprometa a comprar parte da soja produzida nos EUA deverá reduzir o volume das vendas dos produtores brasileiros —o tamanho do impacto dependeria do combinado entre as superpotências.

SEM GRILO

Os agricultores dos EUA perderam bilhões em vendas de soja este ano, enquanto a segunda maior economia do mundo voltou-se para o Brasil e a Argentina em meio a tensas negociações com Washington.

As tensões entre Xi e Trump impulsionaram as exportações nacionais de soja para Pequim, que atingiram 79 milhões de toneladas até outubro —acima dos 69 milhões registrados no mesmo período de 2024.

**ACABOU A COP, E AGORA?**

Nesta newsletter, abrimos a COP30 falando sobre as expectativas do Brasil para o mercado de carbono. O encontro terminou no domingo (23), e agora é hora do balanço.

DESTAQUE

O mercado de carbono foi uma pauta importante da cúpula. Novos projetos, novas empresas, novas concessões, novos produtos —foram tantos anúncios que calcular a quantidade exata se tornou uma tarefa difícil. A Folha de S.Paulo contabilizou ao menos 11 relevantes.

O mercado voluntário de carbono é um espaço em que empresas e pessoas compram e vendem créditos de carbono por vontade própria —não porque a lei manda, mas para compensar parte das suas emissões e turbinar a imagem “verde”.

O entusiasmo surpreendeu: o setor estava morno há algum tempo, à medida que a demanda das empresas para “compensar” suas emissões foi arrefecendo.

Governos de Pará, Mato Grosso e Goiás lançaram iniciativas próprias, além da divulgada pelo governo federal.

O Bradesco, BNDES, Banco do Brasil, B3 e outras instituições anunciaram compensações e a criação de ambientes de negociação para os créditos.

A Suíça lançou uma aliança para incentivar que países e empresas comprem créditos de carbono para além da compensação; a ideia é promover o mecanismo como um financiamento climático.

TUDO CERTO, NÃO?

A integridade do sistema ainda é frágil. Não há regulamentação e fiscalização suficientes para garantir que os projetos de compensação de emissões — como reflorestamento e manejo de resíduos — sejam executados de forma adequada.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

🚗 Casa nova. O ex-banqueiro Daniel Vorcaro, que chefiava o Banco Master, deixou a sede da Polícia Federal e foi transferido para uma prisão em Guarulhos, na Grande São Paulo.

👋 Tchau! Conheça as empresas que deixarão a Bolsa em 2026.

✈️ Os gastos do rombo. Antes de ver a crise financeira interna deflagrada, a Ambipar comprou um dos jatos mais caros do Brasil, o Bombardier Global 6000.

🧠 Mais uma. A Anthropic lançou uma nova IA, a Claude Opus 4.5, voltada para a engenharia de software.

❌ Aqui não. Passageiros e especialistas reagiram à determinação da Latam que proíbe clientes que não estão nas primeiras fileiras da aeronave de usar o banheiro dianteiro.

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