Indicado para presidência do BRB não responde sobre compra do Master e minimiza operação

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Indicado para a presidência do BRB (Banco de Brasília), Nelson Souza evitou responder nesta terça-feira (25) se também autorizaria a compra do Banco Master, como fez o presidente anterior, e minimizou a operação que terminou com a liquidação do banco de Daniel Vorcaro.

Souza foi indicado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para a presidência do BRB no lugar de Paulo Henrique Costa. O executivo havia sido afastado da presidência do BRB por 60 dias por ordem judicial no âmbito da Operação Compliance Zero, que culminou na prisão de Vorcaro.

Como o Governo do Distrito Federal é o principal acionista do BRB, o nome de Souza precisa ser sabatinado e aprovado pela CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal). A votação no plenário está prevista para esta terça. A confirmação também deverá ser feita pelo Banco Central.

Souza afirmou que não tem todas as informações necessárias para responder se também tentaria comprar o Banco Master -como tentaram Costa e o conselho de administração do BRB em março deste ano, em uma operação posteriormente barrada pelo Banco Central.

“Eu não vou falar especificamente sobre o Banco Master porque eu não conheço. O que eu sei é o que os senhores e senhoras sabem pela imprensa. Pode até me fazer essa pergunta mais à frente porque com certeza eu vou saber responder, até porque sou da área de banco. O que eu posso dizer é que uma operação de compra e venda de banco é uma operação amplamente feita no mundo inteiro, não é diferente no Brasil”, disse.

Souza também minimizou a compra de carteiras de crédito. Segundo a investigação do BC, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, o Master teria vendido ao BRB carteiras de crédito consignado forjadas no valor de R$ 12,2 bilhões entre 2024 e 2025.

“Logicamente não estou no banco ainda, quando eu estiver com certeza nós iremos acompanhar. Até pelo sigilo bancário. Mas o que eu posso dizer é que é algo do dia a dia de qualquer banco, não só do BRB, e o que precisa fazer é dentro das regras normais de qualquer banco que opera com compra e venda de carteiras”, afirmou.

A operação contra o Master e o BRB colocou o governador do Distrito Federal na maior crise política desde o começo de sua gestão. Deputados distritais, federais e senadores recolhem assinaturas para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), seja na esfera local ou nacional.

Durante a sabatina, um grupo de servidores do BRB exibiu uma faixa com a frase “BRB, patrimônio do povo de Brasília”.

Souza afirmou que é correntista do Banco de Brasília, que o banco é sólido e que fará um “choque de gestão” se for o próximo presidente. “Digo aos investidores: o banco é sólido, senão eu não estaria nem aqui neste momento”, declarou.

Ligado ao centrão, Souza foi presidente da Caixa entre 2018 e 2019 durante o governo Michel Temer (MDB). Desde o ano passado, ele é vice-presidente da Elo Cartões por indicação da gestão atual da Caixa, de Carlos Vieira.

Nelson foi presidente do Conselho de Administração do BRB em 2020, durante o governo Ibaneis. De 2021 a 2024, ele foi presidente da Brasilcap Capitalização S.A. O executivo também presidiu o BNB (Banco do Nordeste) entre 2014 e 2015.

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