Caged/MTE e Pnad/IBGE confirmam desaceleração do emprego no comércio

Uma image de notas de 20 reais
Neste ano, até outubro, setor criou 218 mil vagas com carteira. Em 2024, foram 268 mil
(Freepik)
  • Saldo de janeiro a outubro (218,1 mil vagas) é o 2º menor na série do Caged no período posterior à pandemia. Varejo cede espaço ao atacado
  • Na pesquisa do IBGE, total de ocupados (19,2 milhões) não muda em relação a 2024. E tem leve queda na participação (de 18,9% para 18,8%
Por Vitor Nuzzi

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
Dados do Cadastro Geral de Empregados, Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua, do IBGE) confirmam ritmo de desaceleração do emprego no comércio. No caso do Caged, que centraliza dados das empresas sobre contratações formais, o acumulado janeiro/outubro (218,1 mil vagas) é o segundo mais fraco do período posterior à pandemia – e 18,6% menor, por exemplo, que no ano passado (268 mil). Fica também abaixo dos demais setores em 2025. Já a Pnad, pesquisa domiciliar com estimativas trimestrais, mostra estabilidade em relação a 2024 (19,2 milhões nos dois casos).

Das 218,1 mil vagas com carteira abertas neste ano, até outubro, pouco mais da metade (112,2 mil) são do segmento varejista. Os dados do Caged relativos a comércio incluem varejo, reparação de veículos e atacado. O estoque total é de 10,8 milhões, sendo 7,4 milhões no varejo, ou 68,6% do total, menos do que em 2021 (70,2%). Nesse mesmo período, o atacado (2,2 milhões) passou de 19,3% para 20,4% do estoque. E o segmento de reparação de veículos (1,2 milhão), de 10,5% para 11%.

Segundo o Caged, foram abertas no total 85,1 mil vagas em outubro, resultado da diferença entre admissões e desligamentos. O acumulado no ano atinge 1,8 milhão, crescimento de 3,8%, com alta em todas os setores de atividade. Destaque para serviços, com 961 mil postos de trabalho (+4,2%), e indústria, com 305,6 mil (+3,4%). Percentualmente, a maior alta é da construção civil: +7,5%, o equivalente a 214,7 mil vagas. A agropecuária cresce 5,6%, com 101,2 mil empregos formais. As 218,1 mil do comércio correspondem a crescimento de 2,1% – abaixo dos demais.

Escolhas do Editor

Na Pnad Contínua, a taxa de desocupação (desemprego) no trimestre encerrado em outubro foi a 5,4%, a menor da série histórica, iniciada em 2012. O número de desempregados foi estimado em 5,9 milhões, -3,4% no trimestre (menos 207 mil) e -11,8% em 12 meses (menos 788 mil). O total de ocupados manteve-se no nível recorde de 102,5 milhões, enquanto os empregados com carteira assinada no setor privado atingiram 39,2 mil milhões, renovando seu recorde. “O elevado contingente de pessoas ocupadas nos últimos trimestres contribui para a redução da pressão por busca por ocupação”, disse a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy. “Como resultado, a taxa de desocupação segue em redução.”

Na atividade que inclui comércio e reparação de veículos, os 19,2 milhões de ocupados correspondem a 18,8% do total no país. Um pouco menos que em igual período de 2024 (18,9%). Na comparação com o ano passado, apenas áreas ligadas a serviços (transportes&armazenagem e administração pública) tiveram alta.

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