[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
O IBGE informou que a taxa de desocupação (desemprego) no trimestre encerrado em novembro, de 5,2%, foi a menor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012. E o número de ocupados chegou a novo recorde: 103 milhões. Na outra ponta, os desempregados agora somam estimados 5,6 milhões, a menor quantidade da pesquisa, com queda de 14,9% em um ano (-988 mil). Dois fatores que mantém o desemprego em níveis baixos, segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. “A manutenção do contingente de trabalhadores em elevado patamar tem assegurado a redução da pressão por busca de trabalho”, afirmou. “Isso reduz consideravelmente a taxa de desocupação.”
Com 19,4 milhões de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em novembro, o emprego no setor de comércio (que inclui reparação de veículos) estacionou em 2025. A variação em relação a igual período do ano passado é de 0,3% (em números absolutos, 52 mil ocupados a mais), o que indica estabilidade. A participação no total caiu ligeiramente: em 2024, os ocupados no comércio (19,3 milhões) representavam 19% de todos os ocupados no mercado de trabalho (101,9 milhões). Agora, representam 18,8%. Na mesma base de comparação, o emprego na indústria variou -0,1% e na construção, -0,7%. Só houve alta anual em atividades ligadas a serviços, como transporte, saúde e educação.
A desaceleração no setor está em linha com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), também do IBGE. A estimativa do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (IEGV-ACSP), é de crescimento próximo de 2% neste ano. Se confirmada, será menos da metade de 2024, quando as vendas no varejo cresceram 4,7% – o melhor resultado desde 2012. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) projeta alta de 5% no faturamento do varejo paulista, ante 9,3% em 2024.
Se neste ano o emprego no comércio estagnou, em relação ao início da Pnad Contínua o crescimento fica acima da média geral. No terceiro trimestre de 2012, eram 90 milhões de ocupados no país e 16,6 milhões no comércio&reparação de veículos. Em igual período deste ano, 102,4 milhões de ocupados no total e 19,2 milhões no comércio – altas de 13,9% e 15,4%, respectivamente. Os dados – referentes ao terceiro trimestre e não ao período encerrado em novembro – são do Sidra, o sistema de estatísticas do IBGE.
DESALENTO – Os resultados da Pnad Contínua, divulgados nesta terça-feira (30), mostram ainda nível de ocupação também recorde (59%). O percentual representa a quantidade de pessoas ocupadas em relação ao total da população em idade de trabalhar. Assim, de cada dez, seis estão no mercado. A chamada subutilização (pessoas que gostariam de trabalhar mais) está no menor nível da série, assim como o desalento. O total de pessoas que desistiram de procurar trabalho somou 2,6 milhões, queda de 12,9% (-386 mil) em um ano.
Os empregados com carteira assinada no setor privado (39,4 milhões) também atingiram recorde. Os sem carteira somam 13,6 milhões (-3,4% no ano). A Pnad Contínua bateu mais dois recordes: empregados no setor público (13,1 milhões) e trabalhadores por conta própria (26 milhões). A taxa de informalidade se mantém alta, embora abaixo de 2024: de 38,8% para 37,7% dos ocupados. São 38,8 milhões de trabalhadores informais.
Estimado em R$ 3.574, o rendimento médio cresceu 1,8% no trimestre e 4,5% no ano. No comércio, o rendimento foi calculado em R$ 2.835, estável nas duas comparações. A massa total chegou a R$ 363,7 bilhões (outro recorde), 5,8% a mais – ou R$ 19,9 bilhões – em 12 meses.