Índice de Confiança da ACSP tem terceira queda seguida e vai ao menor nível em dois anos e meio

Uma image de notas de 20 reais
Inflação e juros maiores, com menos emprego, faz consumidor evitar compras mais caras
(Reprodução)
  • Índice recua para 97 pontos, pior marca desde setembro de 2022. A pontuação abaixo de 100 indica pessimismo em relação à economia
  • Para o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, sinais de desaquecimento e aceleração da inflação deixam o consumidor mais cauteloso
Por Vitor Nuzzi Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. O Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), foi a 97 pontos em março. Foi a terceira queda seguida. É o menor nível em dois anos e meio, quando estava em 94 pontos (setembro de 2022). A pontuação abaixo de 100 indica pessimismo em relação à perspectivas da economia – a pesquisa vai até 200. O recuo foi de 2 pontos tanto na comparação com fevereiro deste ano quanto na com março do ano passado (99 pontos nos dois meses). Desde dezembro (103), caiu 6 pontos porcentuais.

Para o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV, da Associação Comercial), o atual cenário brasileiro leva a uma retração do consumo. “Os sinais de desaquecimento da economia, evidenciados pela queda na geração de empregos, aliados à aceleração da inflação – especialmente no aumento dos preços de itens essenciais, como alimentos e bebidas –, num cenário de alto endividamento das famílias e juros elevados, levaram o consumidor a adotar uma postura mais cautelosa em suas decisões de compra”, afirmou. Em setembro de 2022, houve deflação, mas o IPCA em 12 meses somava 7,17%. Em fevereiro, último dado disponível, 5,06%. A taxa básica de juros (Selic) estava em 13,75% ao ano, e agora está em 14,25% – e deve chegar a 15%.

De acordo com a pesquisa, a piora da percepção das famílias quanto à situação financeira se comprova pela menor disposição de adquirir itens de maior valor, como automóvel e casa. Já em relação a bens móveis, como geladeira e fogão, o levantamento mostra estabilidade, assim como o item sobre segurança no emprego, pelo menos no curto prazo. Entre as regiões, a confiança caiu no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, cresceu no Nordeste e se manteve no Norte. Também recuou entre as classes A/B e C, crescendo na D/E. Elaborado pelo PiniOn, o levantamento tem amostra de 1.679 famílias, residentes em capitais e cidades do interior.

Escolhas do Editor

Voltar ao topo