[AGÊNCIA DC NEWS]. As vendas no comércio varejista cresceram 0,5% de janeiro para fevereiro e 1,5% sobre igual período de 2024. Com isso, atingiram o maior nível da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), segundo o IBGE. “O índice volta a crescer após uma série de quatro meses de variações muito próximas de zero, consideradas como estabilidade”, disse o instituto. O varejo ampliado (que inclui veículos/peças e material de construção) recuou 0,4% no mês e teve alta de 2,4% sobre fevereiro do ano passado. Um dos destaques de fevereiro foi o setor de hiper e supermercados, que cresceu 1,3% sobre o mês anterior. Na comparação anual, o segmento mostra estabilidade (0,1%).
“Em fevereiro, observamos a volta de um protagonismo para o setor de hiper e supermercados, após um período de seis meses, desde agosto, com variações próximas de zero, com estabilidade”, afirmou o gerente da PMC, Cristiano Santos. “Condições macroeconômicas mais complexas nos últimos meses, como a queda do número de pessoas ocupadas, a estabilidade da massa de rendimento real e a inflação da alimentação em domicílio, não incentivam o consumo de bens que não sejam de primeira necessidade. Com isso, as pessoas tendem a optar por produtos mais básicos, o que explica o crescimento maior do setor em relação aos outros.” No final do ano passado, lembrou, o varejo era puxado por setores como móveis&eletrodomésticos, equipamentos&material para escritório e vestuário&calçados. A área de supermercados teve “um certo freio” ao longo de 2024, disse ainda o gerente. As vendas de produtos alimentícios sobem no varejo e caem no atacado.
O segmento de móveis&eletrodomésticos foi outro destaque positivo de fevereiro, com crescimento de 0,9% sobre o mês anterior – e de 9,3% sobre igual período de 2024. “O setor tem experienciado uma volatilidade grande nos resultados dos últimos meses”, afirmou Santos. “Observamos momentos em que esse mercado se desenvolve menos, o que abre uma possibilidade estratégica das grandes marcas de fazerem grandes promoções. Por exemplo, a Black Friday foi ruim para eletrodomésticos, o que acarretou maiores promoções no Natal e melhorou o desempenho da categoria.”
VENDAS NO COMÉRCIO
Jan/fev 25 (%) | Fev 24/ Fev 25 (%) | Ano (%) | 12 meses (%) | |
COMÉRCIO VAREJISTA | 0,5 | 1,5 | 2,3 | 3,6 |
Combustíveis/lubrificantes | -0,1 | 1,5 | 1,4 | -1,4 |
Hiper/Supermercados + produtos alimentícios | 1,1 | -0,3 | 1,2 | 3,6 |
Super e hipermercados | 1,3 | 0,1 | 1,8 | 4,2 |
Tecidos, vestuário e calçados | -0,1 | 8,6 | 5,3 | 3,6 |
Móveis&eletrodomésticos | 0,9 | 9,3 | 6,9 | 4,9 |
Artigos farmacêuticos/perf. | 0,3 | 3,2 | 4,4 | 6,6 |
Livros, jornais, revistas | -7,8 | -5,2 | -2,9 | -6,6 |
Material de escritório | -4,2 | -3,2 | -0,5 | -0,4 |
VAREJO AMPLIADO | -0,4 | 2,4 | 2,3 | 2,9 |
Veículos&peças | -2,6 | 10,0 | 9,5 | 10,9 |
Material de construção | 1,1 | 9,7 | 6,7 | 5,5 |
Atacado prods. alimentícios | – | -6,5 | -8,4 | -10,1 |
Já o setor que inclui livros, jornais, revistas e papelaria caiu 7,8% no mês e 5,2% ante fevereiro de 2024. “A questão é mais profunda, visto que podemos observar uma evasão dos produtos físicos dessa atividade, que estão indo para o consumo, para serviços como plataformas digitais. O que normalmente segura o resultado dessa atividade nos meses de crescimento, como costuma ser fevereiro, é o material didático. Em 2025, não houve esse suporte de receita, como aconteceu nos últimos anos. Outro fator que influenciou no resultado foi o fechamento de mais lojas físicas, sobretudo livrarias.”
Ainda na comparação com fevereiro de 2024, as vendas cresceram em cinco dos oito setores pesquisados: móveis&eletrodomésticos (9,3%), tecidos, vestuário e calçados (8,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,6%) e combustíveis e lubrificantes (1,5%). Com resultado negativo, além de livros, jornais e revistas (-5,2%), equipamentos para escritório (-3,2%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%). No varejo ampliado, alta de 2,4%, com destaque para veículos&peças (+10%) e material de construção (+9,7%). O atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda de 6,5%.
No acumulado em 12 meses, até fevereiro, o volume de vendas no varejo cresce 3,6%. No ampliado, 2,9%. O segmento de super&hipermercados sobe 4,2% – e 3,6% quando incluídos produtos alimentícios, bebidas e fumo. No vestuário, a alta é de 3,6% e em móveis&eletrodomésticos, 4,6%. Em veículos&peças, crescimento de 10,9%, e de 5,5% em material de construção. Mas o atacado de produtos alimentícios cai 10,1%.