Grupo aprova declaração e avança em agenda industrial sustentável com foco em tecnologia e pequenas empresas

Uma image de notas de 20 reais

Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

São Paulo, 21 de maio de 2025 – A 9a Reunião dos Ministros da Indústria do BRICS, realizada emBrasília nesta quarta-feira (21/5), marcou um novo capítulo na cooperação do grupo, com aaprovação de uma ambiciosa Declaração Conjunta que reforça o compromisso com uma governançaglobal mais inclusiva e sustentável. Sob a presidência brasileira, a aprovação da declaraçãoreafirma o papel estratégico do BRICS como motor de uma ordem internacional mais equilibrada.

Os ministros destacaram a inovação e a digitalização industrial como alavancas para odesenvolvimento sustentável, geração de empregos, segurança alimentar e energética, e combateà mudança do clima. A Indústria 4.0 foi apontada como ferramenta essencial para transformaçãoprodutiva, especialmente entre pequenas e médias empresas (PMEs), peças-chave nas economias dospaíses do BRICS.

Um dos principais resultados da reunião foi o reconhecimento oficial do Centro BRICS paraCompetências Industriais (BCIC), lançado em abril de 2025 em parceria com a Organização dasNações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). O centro visa impulsionar a capacitaçãoem Indústria 4.0, promovendo produtividade e parcerias entre os países. Os ministros incentivarama adesão à iniciativa, destacando o recente Centro da China para Competências Industriais(CCBIC). Outro destaque foi o Centro de Inovação PartNIR do BRICS (BPIC), que nos últimos cincoanos organizou fóruns, concursos de inovação e programas de treinamento, agora ampliados combolsas de estudo para qualificação técnica e intercâmbio entre profissionais do grupo.

A cooperação em tecnologia ganhou novo impulso com o Hub de Conhecimento de Startups do BRICS,lançado em janeiro como parte do Fórum de Startups do grupo, e com o Fórum de Alto Nível sobreInteligência Artificial, realizado em Brasília sob coorganização da China. Na governançaindustrial, foram aprovados os termos de referência de Grupos de Trabalho sobre ManufaturaInteligente e Robótica, Transformação Digital da Indústria e PMEs, além da criação dainiciativa PartNIR Sovereign AI para Industrialização Digital, que visa fortalecer a cooperaçãoem inteligência artificial soberana e digitalização.

Na agenda ambiental, a declaração enfatizou o compromisso com o desenvolvimento industrial verde,eficiência energética e economia circular, desde o ecodesign até o consumo responsável. O BRICSreforçou seu papel na promoção de cadeias de suprimentos resilientes e inclusivas, alinhandocrescimento econômico e sustentabilidade.

Geraldo Alckmin, vice-presidente da República do Brasil e titular do Ministério doDesenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), ressaltou o simbolismo da ampliação doBRICS, que agora agrega nações representativas do Sul Global. “Isso simboliza não apenas a nossaabrangência geográfica, populacional e econômica, mas, sobretudo, nossa vocação para contribuircom propostas concretas para uma nova era de desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica eprosperidade compartilhada. Juntos, representamos quase metade da população mundial, 39% do PIBglobal em paridade de poder de compra e 24% do comércio internacional”.

Alckmin reforçou que sob a presidência do presidente Lula, o Brasil assume o compromisso depromover soluções práticas e coordenadas entre os países, especialmente nas agendas industrial,tecnológica e produtiva. “O trabalho conjunto que realizamos no âmbito da parceria mostra que oBRICS é capaz de articular uma agenda industrial robusta, moderna e orientada para o futuro. Temosnão apenas o potencial, mas também a responsabilidade de transformar essas prioridades em açõesconcretas, em benefício de nossas economias e da comunidade internacional”, declarou. O ministroainda defendeu uma “inteligência artificial soberana”, adaptada às realidades linguísticas eculturais do grupo, e destacou o potencial da bioeconomia e da química verde para umareindustrialização sustentável.

Plano de Ação 20252030 para PMEs

As pequenas e médias empresas tiveram atenção especial, com a celebração do Plano de Ação20252030 para PMEs, primeiro do gênero no BRICS, e o relatório “Transformação Digital na Era daInteligência Artificial”, que orienta políticas de capacitação. Márcio França, ministro doEmpreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), destacou que as PMEsrepresentam 90% das empresas e mais de 50% dos empregos no grupo, sendo “a espinha dorsal dodinamismo produtivo”.

França saudou a iniciativa de que, pela primeira vez, o BRICS tem um grupo de trabalho dedicadoexclusivamente às micro e pequenas e médias empresas. “A iniciativa lançada oficialmente pelapresidência russa no ano passado e agora, sob a condução do Brasil, ganha forma concreta einstitucional. Seu papel central é para o crescimento econômico, a geração de renda e apromoção de inovações nos mais diversos setores. A criação desse grupo de trabalho no âmbitoda parceria da nova revolução industrial, é um marco estratégico que nos permitirá ampliar ointercâmbio de experiências em torno da economia global”, afirmou.

Com a Declaração Conjunta, o BRICS consolida uma agenda industrial baseada em inovação,sustentabilidade e inclusão, traduzida em iniciativas concretas como centros de competência, hubsde startups e planos de ação setoriais. A reunião reafirmou o compromisso do agrupamento depaíses com um modelo de desenvolvimento que prioriza justiça social, uso responsável de recursosnaturais e solidariedade entre nações em desenvolvimento, posicionando o Brasil como articuladorcentral dessa visão de futuro compartilhado.

Países destacam papel da tecnologia, PMEs e sustentabilidade na nova era industrial

Durante as discussões sobre o futuro da indústria e da transformação digital, representantes dediversas nações ressaltaram a importância crescente da inovação tecnológica, dasustentabilidade e do fortalecimento das pequenas e médias empresas (PMEs) como motores dodesenvolvimento econômico global.

Um dos pontos centrais foi o avanço expressivo na instalação de robôs industriais, com algunspaíses respondendo por metade das unidades implantadas no mundo nos últimos dois anos. Essemovimento reflete uma aceleração na automação e digitalização da indústria, acompanhada portaxas elevadas de crescimento anual entre micro e pequenas empresas, impulsionadas por políticas deincentivo e modernização produtiva.

A digitalização, aliada à inteligência artificial, foi apontada como vetor de transformaçãoeconômica, sobretudo em nações que priorizam o combate à mudança do clima por meio datecnologia. A cooperação entre países do Sul Global também foi valorizada como instrumento parafortalecer economias emergentes e promover uma industrialização mais inclusiva.

Houve ainda destaque para a necessidade de transformar o setor de manufatura, especialmente emregiões onde ele se conecta diretamente com a agricultura, contribuindo para geração de emprego erenda e para a estabilidade econômica local. A interligação entre esses setores é vista comoestratégica para alavancar o desenvolvimento.

As PMEs também foram citadas como componentes essenciais da economia, respondendo por uma parcelasignificativa do PIB e da geração de empregos em vários países. Para expandir esse setor deforma sustentável, há esforços voltados ao desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono e àconsolidação de mercados promissores, como o da inteligência artificial apontado como o de maiorcrescimento no cenário global.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

Copyright 2025 – Grupo CMA

MAIS LIDAS

Voltar ao topo