Agro impulsiona alta do PIB no 1º trimestre e ofusca aperto dos juros na economia

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil
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RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A recuperação da safra agrícola impulsionou a agropecuária e ofuscou o impacto do aperto dos juros sobre os demais setores da economia brasileira no primeiro trimestre de 2025.

É o que sinalizam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No primeiro trimestre, o PIB cresceu 1,4% ante os três meses finais de 2024, e esse resultado foi puxado pela alta de 12,2% na agropecuária, disse o instituto. Enquanto isso, o setor de serviços mostrou leve avanço de 0,3%, e a indústria encolheu 0,1%.

Ao ser questionada pela reportagem se o desempenho da agropecuária ofuscou o impacto restritivo dos juros, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, respondeu de modo positivo.

Ela afirmou que o bom desempenho no campo “diminuiu o efeito” do aperto monetário sentido pelas demais atividades.

“Não dá para quantificar exatamente, mas a agropecuária, como é um setor primário e tem uma cadeia produtiva comprida, influencia positivamente vários setores”, disse a técnica em entrevista a jornalistas.

A recuperação no campo é associada a melhores condições climáticas e ganhos de produtividade, além da base de comparação fragilizada, segundo o IBGE.

No ano passado, a agropecuária foi afetada por falta de chuvas em diferentes regiões produtoras e enchentes históricas no Rio Grande do Sul.

A taxa básica de juros, por outro lado, vem subindo em uma tentativa do BC (Banco Central) de conter a inflação. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), neste mês, a Selic atingiu 14,75% ao ano -maior nível registrado em quase duas décadas.

O aperto encarece o crédito, dificultando o consumo das famílias e os investimentos produtivos, embora esses dois componentes do PIB tenham crescido 1% e 3,1% no primeiro trimestre.

No caso do consumo, Rebeca associou o resultado a fatores como o cenário positivo do mercado de trabalho, além de programas do governo de transferência de renda.

Em relação aos investimentos, ela citou, por exemplo, impactos de importações e desembolsos na área de internet e desenvolvimento de sistemas.

A taxa Selic fechou o primeiro trimestre em 14,25% ao ano e voltou a subir em maio, para 14,75%. Trata-se do maior patamar em quase duas décadas.

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