Maria Brasileira projeta crescer 20% e faturar R$ 205 milhões este ano – e não será só com limpeza residencial
A rede quer instalar unidades em cidades de até 50 mil habitantes
(Divulgação)
Aumento da demanda de pessoas jurídicas pelo serviço de limpeza profissional abre uma nova vertende de negócios na Maria Brasileira
Historicamente, no segundo semestre a rede apresenta um faturamento 13% superior ao primeiro período do ano
Por Aryel FernandesCompartilhe:
[AGÊNCIA DC NEWS]. Nascida em 2013, a rede de franquias de limpeza residencial e empresarial Maria Brasileira, com 510 unidades, está aproveitando as oportunidades do mercado para crescer. Este ano, a empresa espera faturar R$ 205 milhões, alta de 20% sobre 2024. À AGÊNCIA DC NEWS, o fundador e CEO da empresa, Felipe Buranello, revelou quais serão os passos da empresa para chegar lá. O primeiro é focar na abertura das unidades em cidades de até 50 mil habitantes, em especial as home based, que exigem um capital de entrada menor. O segundo é escolher municípios nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O terceiro é estimular os negócios de multifranqueados, ou seja, aquele empreendedor que vai buscar sua segunda unidade da marca. O quarto ponto é dar atenção a uma inversão de demanda: o número de atendimentos para pessoas jurídicas tem sido maior que às pessoas físicas. “Franqueados percebem que atender pessoas jurídicas é mais fácil e oferece maior recorrência, com retenção de mais de 80%.” Armada dessa checklist, a empresa pretende abrir mais 20 unidades no segundo semestre.
Segundo o CEO, historicamente na rede o segundo semestre apresenta faturamento 13% superior ao primeiro, impulsionado por campanhas como a Black Friday. De acordo com Buranello, há alguns anos o consumidor brasileiro tem dado mais atenção para limpeza profissional, e que este foi o diferencial da Maria Brasileira para se apresentar ao mercado. “O segmento de limpeza não é apenas uma tendência, as pessoas buscam empresas especializadas em vez de soluções informais.” Atualmente, a empresa realiza mais de 90 mil atendimentos por mês, oferecendo serviços de limpeza residencial, limpeza empresarial, passadeira, limpeza pós-obra e sanitização. “Nascemos por necessidade de mercado e hoje 80% dos franqueados compram [a franquia] por alta na demanda”, disse Buranello.
O impulso pela profissionalização do mercado de limpeza doméstica, que se deu com a promulgação da Lei das Domésticas em 2015 – também conhecida como Lei Complementar 150, acabou por regulamentar ainda a Emenda Constitucional 72, de 2013, que estendeu direitos trabalhistas ao trabalhadores domésticos – ajudou o crescimento da Maria Brasileira de duas formas. Tanto pela demanda trazida por clientes que precisaram romper acordos trabalhistas com diaristas informais e não tinham condições de registrar a mão de obra, quanto pela busca de diaristas que perderam seus trabalhos informais após a nova legislação e buscaram na franquia (prestando serviço ou abrindo a sua própria) uma alternativa de renda. Buranello afirma que outro ponto de apoio do serviço prestado pela franquia está na segurança oferecida. “Qualquer problema que o cliente tiver ele pode recorrer com a gente. Vemos esse movimento em outros países também.”
Esse perfil, inclusive, não é incomum. Na sua 11ª participação na ABF Franchising Expo – a edição de 2025 ocorreu de 25 a 28 de junho em São Paulo –, Buranello afirmou que o modelo home based, ou seja, aquele que não exige um ponto de venda físico, tem sido o mais procurado pelos potenciais franqueados. Segundo ele, o formato exige investimento entre R$ 49 mil e R$ 79 mil, a depender da estrutura, com retorno previsto em 14 meses e faturamento médio de R$ 50 mil. O formato home based, no entanto, não nasceu junto com a empresa. De acordo com o executivo, ele foi estruturado após teste bem-sucedido em 2018, que resultou em aumento de lucro devido à redução de custos.
Quando a pandemia se instala, em 2021, o modelo ganhou ainda mais tração e, atualmente, 70% da rede opera em home office. E o que tem funcionado para a Maria Brasileira não parece ser um ponto fora da curva. Conforme estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a participação de franquias home based subiu 7,1% entre o primeiro trimestre de 2024 e igual período deste ano, totalizando 10,9% de todo o mercado.
Além das lojas físicas, o e-commerce, criado em 2018, representa um canal de aquisição de novos clientes, que muitas vezes continuam o relacionamento offline com o franqueado. De acordo com Buranello, a empresa está investindo em inteligência artificial, com projetos em diversos pontos da cadeia, além de consultoria para franqueados. Batizado de Mariah, o projeto visa aplicar IA a diversas áreas, desde o atendimento até o sistema de gestão, com agentes virtuais para auxiliar franqueados e clientes.
Felipe Buranello, CEO da Maria Brasileira: profissionalização da limpeza tem crescido (Divulgação)