Indice segue em campo negativo puxado por commodities e com foco nas tarifas de Trump

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Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 14 de julho de 2025 – O Ibovespa segue em campo negativo com o peso dascommodities-Petrobras e Vale- e na expectativa para as negociações sobre as tarifas comerciais.

A taxação aos produtos brasileiros é de 50% e, no final de semana o presidente americanoimpôs tarifa de 30% ao México e União Europeia.

Ontem, o presidente Lula se reuniu com vários ministros para tratar da questão da tarifa de50% que Trump anunciou sobre os produtos importados do Brasil. O vice-presidente do Desenvolvimento,Indústria e Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, vai se encontrar com empresários amanhã (15),e ao mesmo tempo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, marcou reunião com empresáriosno Palácio dos Bandeirantes, segundo informações da GloboNews.

Em relação ao IOF, amanhã (15) deve ocorrer a audiência de conciliação entre o Executivo eo Legislativo para estabelecerem um acordo.

Mais cedo, foi divulgado o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, que caiu0,74% em maio, indo a 108,87 pontos. Nos dados sem ajuste sazonal, o IBC-Br atingiu 108,03 pontos,ganho de 3,16% na comparação com o mesmo mês de 2024. O Termômetro Safras previa em alta de0,10% em maio ante abril.Mais cedo, foi divulgado o Boletim Focus que trouxe queda na previsão para a inflação em 2025para 5,17% de 5,18%.

As ações da Vale (VALE3) caíam 1,48%. Petrobras (PETR4) perdia 1,10%.

Às 15h10 (horário de Brasília), o principal índice da B3 caía 0,71%, aos 135.209,12 pontos.O Ibovespa futuro com vencimento em agosto recuava 0,70%, aos 136.645 pontos. O giro financeiro erade R$ 12,7 bilhões. Em NY, os índices operavam no positivo.

Thiago Pedroso, sócio na Critera Investimentos e assessor de investimentos, disse que o focosegue nas tarifas.

“No curtíssimo prazo, o fator de maior peso segue sendo a tensão comercial entre Brasil e EUA,e com o restante do mundo. As decisões de Trump sobre as tarifas devem guiar o humor do mercado,principalmente à medida que nos aproximamos do dia 1º de agosto, quando entram em vigor as novasalíquotas. A semana será marcada por uma agenda intensa em Brasília antes do recesso parlamentar.No entanto, não há expectativa de grandes novidades com potencial de impacto relevante no mercado.A única exceção seria uma eventual resposta mais contundente do governo às tarifas impostas porTrump, o que poderia escalar as tensões comerciais e gerar maior volatilidade nos ativos locais”.

Pedroso explicou que “o Ibovespa entrou em movimento de lateralização desde maio. Já vinhachamando atenção para o rompimento da máxima com volume fraco, um sinal claro de que o fôlegopoderia não se sustentar. Agora, o índice volta a testar a região dos 135 mil pontos, um suporteimportante. Caso perca essa faixa, o próximo alvo técnico pode ser a média móvel de 200períodos, hoje próxima aos 130 mil pontos. Por enquanto, o volume segue baixo. Para confirmar ummovimento mais forte de correção, seria necessária uma queda com volume acima da média”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que o mercado se preocupa com a economia maisfraca, de olho nas tarifas.

“Os investidores se preocupam com o Brasil-tarifas e economia mais fraca- e isso estáimpactando a bolsa. O mercado vinha muito otimista, com várias casas jogando O Ibovespa para [opatamar de]150 mil pontos. O técnico da bolsa não é bom, falta trigger para subir e realiza maisque deveria. O destaque de queda são papéis do mercado doméstico como varejistas e bancos. Ascommodities também caem pressionando bolsa”.

Silva também chama a atenção para a questão das eleições presidenciais do ano que vem. “Apossibilidade de o Tarcísio ser candidato esfriou com Eduardo Bolsonaro também sendo uma opção,o que acaba dividindo o voto da direita. Esse movimento do Trump acaba favorecendo Lula”.

Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)

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