São Paulo, 14 de julho de 2025 – A Bolsa fechou em queda pela sexta sessão consecutiva,oscilou entre a mínima de 134.839,69 pontos e a máxima de 136.186,67 pontos, puxada pelas dúvidassobre o tarifaço de Donald Trump e queda das commodities.
O vice-presidente do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin,anunciou que fazer reuniões com o setor privado para tratar sobre o tema da sobretaxa de 50% sobreos produtos exportados aos EUA. Amanhã (15), serão duas reuniões com setor da indústria eagronegócio. Alckmin confirmou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas não o procurou.
Em relação ao IOF, amanhã (15) deve ocorrer a audiência de conciliação entre o Executivo eo Legislativo para estabelecerem um acordo
As ações da Vale (VALE3) caíram 1,14%. Petrobras (PETR4) perdeu 1,31%.
O principal índice da B3 caiu 0,64%, aos 135.298,99 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,6bilhões. Em NY, os índices fecharam no positivo. Às 17h15 (horário de Brasília), o Ibovespafuturo com vencimento em agosto recuava 0,66%, aos 136.610 pontos.
Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, disse que aindefinições sobre as taxações, fiscal e commodities puxaram o Ibovespa pra baixo.
“O Ibovespa em mais um dia de queda apoiado pelas incertezas com as taxações propostas porTrump, além de preocupações com o fiscal doméstico. Vale recua, Petrobras é puxada pela quedado petróleo, ambos colaboram para a baixa do Ibovespa. Temos um imbróglio político com aaudiência de conciliação entre o governo e o congresso sobre os desdobramentos do IOF”.
Correia disse que “se a taxação [de 50% a produtos brasileiros] for mantida aumentará ainflação, e com isso existe a possibilidade de a nossa taxa de juros ser esticada por muito maistempo”.
Thiago Pedroso, sócio na Critera Investimentos e assessor de investimentos, disse que o focosegue nas tarifas.
“No curtíssimo prazo, o fator de maior peso segue sendo a tensão comercial entre Brasil e EUA,e com o restante do mundo. As decisões de Trump sobre as tarifas devem guiar o humor do mercado,principalmente à medida que nos aproximamos do dia 1º de agosto, quando entram em vigor as novasalíquotas. A semana será marcada por uma agenda intensa em Brasília antes do recesso parlamentar.No entanto, não há expectativa de grandes novidades com potencial de impacto relevante no mercado.A única exceção seria uma eventual resposta mais contundente do governo às tarifas impostas porTrump, o que poderia escalar as tensões comerciais e gerar maior volatilidade nos ativos locais”.
Pedroso explicou que “o Ibovespa entrou em movimento de lateralização desde maio. Já vinhachamando atenção para o rompimento da máxima com volume fraco, um sinal claro de que o fôlegopoderia não se sustentar. Agora, o índice volta a testar a região dos 135 mil pontos, um suporteimportante. Caso perca essa faixa, o próximo alvo técnico pode ser a média móvel de 200períodos, hoje próxima aos 130 mil pontos. Por enquanto, o volume segue baixo. Para confirmar ummovimento mais forte de correção, seria necessária uma queda com volume acima da média”.
Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que o mercado se preocupa com a economia maisfraca, de olho nas tarifas.
“Os investidores se preocupam com o Brasil-tarifas e economia mais fraca- e isso estáimpactando a bolsa. O mercado vinha muito otimista, com várias casas jogando O Ibovespa para [opatamar de]150 mil pontos. O técnico da bolsa não é bom, falta trigger para subir e realiza maisque deveria. O destaque de queda são papéis do mercado doméstico como varejistas e bancos. Ascommodities também caem pressionando bolsa”.
Silva também chama a atenção para a questão das eleições presidenciais do ano que vem. “Apossibilidade de o Tarcísio ser candidato esfriou com Eduardo Bolsonaro também sendo uma opção,o que acaba dividindo o voto da direita. Esse movimento do Trump acaba favorecendo Lula”.
Mais cedo, foi divulgado o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, que caiu0,74% em maio, indo a 108,87 pontos. Nos dados sem ajuste sazonal, o IBC-Br atingiu 108,03 pontos,ganho de 3,16% na comparação com o mesmo mês de 2024. O Termômetro Safras previa em alta de0,10% em maio ante abril.
Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)
Copyright 2025 – Grupo CMA