[AGÊNCIA DC NEWS]. O consumo das famílias, segundo o Monitor do PIB-FGV de maio, divulgado na terça-feira (15), segue em trajetória de desaceleração. Apesar disso, o índice apresentou alta de 2,1% no trimestre que acabou em maio, mesmo resultado apresentado quando foi analisado o trimestre findo em abril, mantendo a menor alta desde janeiro de 2023. Todos os componentes tiveram alta e as maiores contribuições positivas se devem ao desempenho do consumo de duráveis e de não duráveis. Em concordância, a pesquisa Expectativas e Esperanças, realizada pelo Centro de Estudos Aplicados de Marketing (CEAM) da ESPM, mostrou que o consumo em 2025 está direcionado para gastos com bens de maior valor. No estudo, mais de 40% dos participantes afirmaram que pretendem gastar com moradia e 34% com meios de transporte. “Esses dados reforçam a ideia de que a busca por estabilidade material continua sendo uma prioridade para o consumidor”, disse o diretor acadêmico de pesquisa e Pós Stricto da ESPM, Evandro Luiz Lopes.
O consumo das famílias é parte da divulgação do índice principal do Monitor do PIB-FGV, que apontou crescimento de 0,3% na atividade econômica em maio na comparação com abril, na análise da série com ajuste sazonal. Na comparação interanual, a economia cresceu 3,9% em maio e 3% no trimestre finalizado no mês. Na taxa acumulada em 12 meses até maio a alta foi de 3,4%. “O desempenho do setor de serviços é o principal responsável pelo crescimento”, afirmou a coordenadora da pesquisa da FGV, Juliana Trece. “Esse setor teve registro de taxas positivas em praticamente todas as atividades, à exceção do comércio.”
Apesar deste crescimento, o desempenho de outras duas atividades econômicas importantes, a agropecuária e a indústria, registraram queda no mês. Alinhado a esse resultado, a pesquisa da ESPM mostra o consumidor brasileiro desesperançoso com a economia. No levantamento da instituição, a economia ficou em último lugar (avaliada de 0 a 10 e divulgada em 0 a 100), com 31%. A esperança com a vida pessoal aparece em primeiro lugar (60%), seguida da esperança geral (52%) e na carreira (51%), emprego (50%), saúde (48%), educação (42%) e segurança (32%).
Praticamente todos os outros indicadores cresceram no trimestre móvel findo em maio. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o investimento em ativos fixos (máquinas e equipamentos, construção e outros) cresceu 6,9% no período, devido ao desempenho positivo de todos os segmentos. Pelo terceiro mês consecutivo as exportações cresceram em torno de 1% (1,3%). Apesar do baixo crescimento, as exportações de produtos da extrativa mineral (-0,5%) foram a única com resultado negativo. As principais contribuições positivas foram as exportações de bens intermediários e de bens de capital.
A importação cresceu 5,1% – apesar disto, o relatório da FGV destaca uma trajetória de desaceleração das importações, explicada principalmente pela redução das taxas de crescimento dos bens de capital e bens de consumo. Em termos monetários, é estimado que o PIB em valores correntes, no acumulado até maio de 2025, tenha sido de R$ 5 trilhões. Em maio, a taxa de investimento foi de 19,6%.