São Paulo, 16 de julho de 2025 – A Bolsa fechou em leve alta, rompeu a sequência de quedas, emmais um pregão volátil, variou entre a mínima de 134.265,30 pontos e a máxima de 135.640,67pontos, com o mercado observando as movimentações do governo brasileiro e do empresariado paranegociação com os Estados Unidos sobre a questão tarifária.
O impasse do IOF segue no foco do mercado depois que o Congresso e governo não chegaram a umacordo sobre o imposto.
Mais cedo, o governo do presidente Lula enviou uma carta aos Estados Unidos mostrandoindignação sobre o tarifaço de Trump e que está aberto a negociações. No dia 16 de maio, ogoverno enviou uma carta confidencial aos Estados Unidos e cobrou resposta. O vice-presidente eministro do Desenvolvimento, Indústria, Comercio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, disse que anossa disposição é rever a questão tarifária. Alckmin deu uma coletiva junto com o presidenteda Câmara Americana de Comércio para Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, após a reunião quetratou sobre as tarifas.
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) liderou os ganhos do Ibovespa, com alta de 10,65%, reagindo aoaumento da participação da família Diniz na companhia. Na ponta negativa, o destaque ficou paraUsiminas (USIM5), que recuou 4,52% refletindo o rebaixamento pelo Goldman Sachs das ações decompra para neutra.
O principal índice da B3 subiu 0,16%, aos 135.510,99 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,4bilhões. Às 17h17 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em agosto recuava0,27%, aos 136.780 pontos. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.
Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, comentou que a volatilidadesegue no mercado em meio às tarifas de Trump e a falta de acordo entre Executivo e Legislativosobre o IOF.
Segundo relatório da Ativa Investimentos, “o Ibovespa oscila em meio à repercussão da cartado Brasil aos EUA sobre tarifas, enquanto o exterior avança apesar dos ruídos envolvendo Trump e oFed”.
Pedro Moreira, sócio a One Investimentos, disse que o mercado olha os movimentos denegociações entre Brasil e Estados Unidos e o andamento da questão do IOF.
“A preocupação do mercado é sobre qual a capacidade que o governo brasileiro tem paranegociar com os Estados Unidos em que estamos com uma tarifa [imposta por Trump aos produtosbrasileiros de 50%]. A dúvida é quanto vamos conseguir reduzir essa tarifa. Não temos norte enão sabemos como está o avanço das negociações. A tarifa de 50% é muito acima de seus pares,é 30% maior do que a India [país do BRICs] está negociando com os EUA, na casa de 20%. O quechama atenção é o risco Brasil em relação às tarifas. A preocupação é para onde vai essefluxo para [os países] emergentes nesse cenário de indefinição. [antes da tarifa, estava vindopara cá. O Brasil fica menos atrativo frente aos pares. Além disso, o País lidera a mudança demoeda dos Brics, e isso traz volatilidade em relação ao dólar aqui. Quanto ao IOF, o governo vaiesperar uma decisão do STF. Se tiver alguns ajustes do decreto, o governo vai ser pressionado parareduzir a alíquota e descontos do risco sacado, ou se vai anular por completo o IOF”.
Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)
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