SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O FMI (Fundo Monetário Internacional) manteve a previsão de crescimento do Brasil neste ano para 2,3%, de acordo com comunicado divulgado pelo órgão nesta quinta-feira (17). A projeção confirma a previsão feita em junho pela equipe técnica do órgão após discussões com autoridades brasileiras.
Até 2030, o crescimento deve chegar a 2,5% no ano. Ministério da Fazenda e Banco Central preveem um crescimento de 2,5% e 2,1%, respectivamente, para a economia brasileira neste ano.
Segundo o conselho do órgão, condições monetárias e financeiras restritivas, redução do apoio fiscal e maior incerteza política global motivam as projeções.
No médio prazo, o FMI calcula que o crescimento deve chegar a 2,5%, sustentado pela normalização da política monetária e fatores estruturais favoráveis, como a “implementação da reforma do IVA (Imposto sobre Valor Agregado)”.
O FMI também prevê que a inflação do país se manterá acima do teto da meta no final de 2025. Segundo o órgão, o índice deve fechar o ano em 5,2%, antes de convergir para a meta de 3% até 2027.
A meta perseguida pelo BC (Banco Central) é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para o Fundo, o aperto monetário iniciado em setembro de 2024 pelo Banco Central foi apropriado e consistente para reduzir a inflação e as expectativas de inflação para a meta.
“No contexto de elevada incerteza global e expectativas de inflação acima de níveis consistentes com a meta, manter a flexibilidade sobre o ritmo e extensão do ciclo de alta é prudente”, disse o FMI.
Em relação à política fiscal, o FMI sugeriu que, para colocar a dívida pública em trajetória firme de queda, abrir espaço par investimentos e facilitar a redução dos juros, é necessário um esforço fiscal mais sustentado e ambicioso, com um arcabouço melhorado, mobilização de receita e medidas de gastos.
Segundo boletim divulgado pela SPE (Secretaria de Política Econômica), do Ministério da Fazenda, neste mês, a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro é de 2,5% neste ano. Para 2026, a estimativa é de 2,4%.
O documento não considerou os efeitos potenciais do aumento da sobretaxa de 50% dos EUA sobre o Brasil.
“Essa revisão (para 2025) está relacionada principalmente à resiliência do mercado de trabalho no segundo trimestre e ao avanço pouco expressivo da inadimplência, levando à expectativa de melhor desempenho do consumo das famílias nos próximos meses, apesar da política monetária restritiva”, disse a SPE no relatório.
O BC prevê um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,1% para 2025. Essa também era a expectativa da autoridade monetária em dezembro, antes de revisar para baixo a sua estimativa
De acordo com o BC, a projeção decorre de uma combinação de fatores. Cita, em primeiro lugar, as surpresas ocorridas no primeiro semestre, que resultaram em um desempenho ligeiramente acima do esperado. Além disso, considera a melhora na perspectiva da produção agrícola, com impacto “modesto, mas positivo” no PIB.
Puxada pela recuperação da safra agrícola, a economia brasileira acelerou o ritmo de crescimento para 1,4% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses finais de 2024, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).