São Paulo, 17 de julho de 2025 – Com base em informações do Tesouro e do Siga Brasil, o governocentral registrou déficit primário de R$ 8,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, montante R$58,6 bilhões superior ao déficit apurado em igual período de 2024. “Esse resultado refletiu,principalmente, a aprovação do orçamento do ano em março, o que afetou a execução de despesascom controle de fluxo, incluindo as despesas discricionárias”, afirma o Relatório e AcompanhamentoFiscal da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado.
Segundo o texto, à medida que essa execução aumente no segundo semestre, o resultado primário doano deverá piorar, ainda que, a partir das projeções mais recentes divulgadas pela IFI, nãovenha a comprometer o atingimento da meta fiscal do exercício, salvo choques que possam afetar odesempenho das receitas.
Na avaliação da IFI, a análise do PLDO 2026 revela uma desconexão entre o discurso deconsolidação fiscal e a realidade das projeções apresentadas. “Além disso, observa-se adescoordenação entre a política fiscal e a monetária. O crescimento contínuo das despesasobrigatórias e discricionárias rígidas supera o limite de crescimento das despesas doarcabouço”.
Conforme o documento, os superávits fiscais projetados se apoiam em premissas irrealistas, comodespesas discricionárias negativas, evidenciando um desequilíbrio estrutural nas contas públicas.”Soma-se a isso a ausência de medidas eficazes de ajuste e de acionamento dos gatilhos deestabilização, o que compromete a credibilidade das metas e, em última análise, da própriapolítica fiscal. Com as despesas discricionárias comprimidas até valores negativos e sem espaçopara contingenciamentos, o risco fiscal se agrava e a execução orçamentária para os próximosanos se torna inviável, indicando um previsível colapso funcional do arcabouço fiscal vigente”
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