Eletrobras dispara na Bolsa após balanço com maior expectativa sobre dividendos

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – As ações da Eletrobras dispararam nesta quinta-feira (7) após anúncio da distribuição de R$ 4 bilhões em dividendos pelo resultado do segundo semestre, entendido pelo mercado como um sinal de que a companhia passará a remunerar os acionistas de forma mais frequente.

Foi o segundo dividendo anunciado no ano: em abril, os acionistas da empresa aprovaram a distribuição adicional de R$ 1,8 bilhão pelo lucro de 2024, elevando a remuneração pelo resultado daquele ano a R$ 4 bilhões.

Em relatório após teleconferência com analistas nesta quinta-feira, a corretora Ativa destacou que a empresa apresentou “estrutura de capital saudável com espaço para retorno ao acionista”. “Mantemos visão construtiva [sobre a empresa] no longo prazo”, disse.

Por volta de 12h30, as ações da empresa subiam mais de 7% na B3. Estavam cotadas em torno de R$ 45, ainda bem abaixo dos R$ 59 projetados pelo banco UBS BB para o prazo de 12 meses, o que indica ainda potencial de valorização.

Questionado sobre a possibilidade de dividendos mais frequentes na teleconferência com analistas, o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, disse que um dos focos da gestão é melhorar a “sofisticação da alocação de capital”, para garantir maior previsibilidade sobre a remuneração aos acionistas.

Historicamente, a Eletrobras tem distribuído dividendos apenas uma vez por ano. Em 2025, já aprovou duas parcelas, a primeira delas referente ainda a 2024. Monteiro disse que os pagamentos são possíveis pelo esforço de redução das incertezas sobre o balanço da empresa e pela melhora nos preços da energia.

Em relação aos riscos, a empresa citou a redução de passivos como o empréstimo compulsório feito no passado para financiar obras, a conclusão de projetos assumidos antes da privatização, o equacionamento da dívida da Amazonas Energia e simplificação societária, entre outros.

Essa lista inclui também o acordo com o governo para ampliar presença da União em seu conselho, que retirou da Eletrobras a obrigação de investir na conclusão da usina nuclear Angra 3, que era um grande foco de incerteza sobre seu futuro.

O posicionamento no mercado de energia é também relevante para realocar eletricidade que a Eletrobras vendia em cotas antes da privatização, que implantou um cronograma para a “descotização”, obrigando a empresa a buscar novos clientes.

No segundo trimestre, por exemplo, apenas 15% da energia garantida pelas usinas da Eletrobras foi destinada às cotas, que serão extintas em 2027. Outros 22% foram vendidos a distribuidoras em contratos de longo prazo. O restante tem que ser negociado no mercado.

O analista Bernardo Viero, da Suno Research, vê a migração para contratos no mercado livre como positiva para as margens da companhia, com tendência a gerar novos dividendos já que não há grandes oportunidades de investimento no setor.

“O grande anúncio de proventos que veio junto com o resultado [do segundo trimestre], inclusive, reitera essa perspectiva”, afirmou.

O balanço da empresa trouxe prejuízo societário de R$ 1,3 bilhão no período, mas desconsiderando fatores não recorrentes, como a revisão de contratos de transmissão, o lucro ajustado foi de R$ 1,4 bilhão.

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