Prêmio Comércio Histórico elege mais 8 negócios tradicionais e marca primeiro ano da Agência DC News

Uma image de notas de 20 reais
Premiados: A Fidalga, Di Cunto, Doural, Empório Syrio, FTD, Lorenzetti, Pernambucanas e Ponto Chic
(Andre Lessa/DC News)
  • Cerimônia marca também primeiro ano da DC NEWS. Agência de notícias da ACSP tem acervo de mais de 700 reportagens
  • Projeto Comércio Histórico contempla estabelecimentos com pelo menos 50 anos de vida ininterrupta na cidade de São Paulo
Por Aryel Fernandes Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e sua agência de notícias, a DC NEWS, realizaram, na quinta-feira (7), a segunda edição do projeto Comércio Histórico – Estabelecimentos Tradicionais de São Paulo. O evento, realizado na sede da ACSP, celebrou a história de oito empresas que se destacaram durante décadas no comércio e empreendedorismo paulistano. Os premiados desta edição são a FTD Educação (fundada em 1902), Doural (1905), Pernambucanas (1908), Ponto Chic (1922), Lorenzetti (1923), Empório Syrio (1924), A Fidalga (1928) e Di Cunto (1935). Além de celebrar a história longeva dos empreendedores, o evento marcou o primeiro ano da Agência de Notícias DC NEWS – projeto da ACSP, idealizado pela Tamer Comunicação, que tem como missão editorial “ser referência de conteúdo informativo e analítico do varejo e do empreendedorismo”.

Por meio de conteúdos exclusivos, nestes 12 meses, a Agência de Notícias DC NEWS deu protagonismo a empresários, lideranças e executivos de organizações de todos os setores econômicos. Foram ao ar mais de 700 reportagens – 240 delas focadas no varejo –, uma centena de entrevistas, mais de 50 artigos de colunistas convidados, 10 mil fotos, além de 57 videocasts, veiculados semanalmente desde outubro. A DC NEWS é um canal voltado aos temas que mais impactam o dia a dia do empreendedor e de acesso totalmente gratuito. Presidente da ACSP, Ordine vê na agência de notícias um ativo estratégico da entidade. “Em pouco tempo, a DC NEWS já é voz forte do empreendedor”, afirmou Ordine. 

Mas o protagonismo da noite esteve nos oito contemplados do projeto Comércio Histórico, inspirado no que fazem cidades italianas como Roma e Bolonha. Cada estabelecimento ganhou uma placa comemorativa, com o título de comércio ou empreendimento histórico, e um diploma, além de poder utilizar a chancela de estalecimento único na cidade. “Esse prêmio não é apenas uma homenagem, mas também um resgate da memória da cidade”, afirmou Ordine. “O empreendedor, antes de tudo, é um bravo, um valente, por seguir com o seu negócio. Parabéns pela coragem.”

Escolhas do Editor

Os oito premiados de agora se somam aos dez primeiros contemplados, anunciados em março – Padaria Santa Tereza (1872), Carlino Ristorante (1881), Casa Godinho (1888), Padaria Italianinha (1896), 14 de Julho (1902), Bar Guanabara (1910), São Domingos (1913), Basilicata (1914), Rei do Filet (1914) e Cantina e Pizzaria Castelões (1924). Se somados, esses dez estabelecimentos têm mais de 1,2 mil anos de história. Os premiados da segunda edição do projeto Comércio Histórico – Estabelecimentos Tradicionais de São Paulo foram:

A Fidalga
Fundada em 1928 na rua Quintino Bocaiúva, no térreo do Edifício Casa das Arcadas, a sapataria A Fidalga permanece no mesmo endereço. Sem mudar nenhum item da decoração, incluindo as vitrines que formam uma galeria na entrada. A atual proprietária, Maria Christina Hernandez, é filha do fundador, José Hernandez, filho de imigrantes da Espanha que divide os negócios com a sócia e filha Maria Tereza. Dos 7 mil pares no estoque, predominam os clássicos, mas nos últimos anos a loja incluiu itens mais modernos. Apesar disso, a opção continua sendo por “modelos atemporais”. Há dois meses, foi aberta a primeira filial. “Somos gratos aos nossos clientes”, disse Maria Christina Hernandez Pessoa de Queiroz.

Di Cunto
A primeira padaria foi aberta em 1896 pelo italiano Donato Di Cunto, que desembarcou por engano no Brasil aos 17 anos. Depois de idas e vindas, em março de 1935, os filhos de Donato reabriram a padaria, no bairro da Mooca, onde estão até hoje. Com 107 funcionários, se tornou sinônimo de panetone – conta-se que o primeiro panetone do Brasil saiu daquele forno. Desde 2016, quem administra a Di Cunto é a família Schiavo, que, assim como os Di Cunto, vieram da mesma região do sul da Itália. “É muito bom fazer parte dessa empresa, são muitas gerações, sempre mantendo a tradição”, disse a empresa.

Doural
Fundada em 1905, a loja Doural, especializada em utensílios domésticos, tapetes e cortinas, nasceu da imigração dos primos Assad Abdalla e Nagib Salem, da Síria, em 1895. Com 120 anos de história, a empresa ajudou a consolidar a rua 25 de Março em São Paulo. De mascate a filantropo da comunidade árabe no Brasil, Assad Abdalla criou um negócio familiar que já está na quarta geração. “Num momento em que as cidades se transformam rapidamente, valorizar empreendedores históricos e a memória afetiva dos paulistanos é gesto nobre e raro”, afirmou Fernando Abdalla, CEO da Doural.

Empório Syrio
Vindo da cidade libanesa de Zahle, Wadih Cury tinha 24 anos quando chegou a São Paulo, em 1920. À época eram 600 mil habitantes, sendo 35% estrangeiros, o que logo acendeu a veia empreendedora de Wadih, que resolveu vender produtos típicos para imigrantes do Oriente Médio. Começou a importar alimentos, grãos e temperos, e a vender na barraca de feira que montou na região central, ali pelos arredores da 25 de Março, onde se concentrava a colônia libanesa. Foram assim os primeiros anos do casal Wadih e Rosalie Cury no Brasil. Uma história que já ultrapassou os 100 anos, nas mãos da mesma família, que começa a traçar os planos para ampliar o negócio. “Agradeço ao meu avô por ter fundado o empório para nossa família”, disse Ana Paula Dalman Cury, atual proprietária.

FTD Educação
Fundada em 1902, a FTD Educação ainda opera sob as mesmas diretrizes que guiaram Théophane Durand a romper as fronteiras francesas e trazer a congregação Marista ao Brasil em 1895. Com foco em educação de qualidade e acessível, a FTD Educação busca faturar R$ 3 bilhões até 2030, o dobro do esperado para 2025, fruto dos mais de 16 milhões de estudantes brasileiros impactados pelos livros didáticos da instituição. “Acreditamos na força da educação. Esse prêmio celebra nossa história, mas reforça nosso compromisso com o futuro”, afirmou Tammy Silva, gerente de marketing da FTD

Lorenzetti
A Lorenzetti, fundada em 1923, é detentora da patente do primeiro chuveiro elétrico automático e símbolo da indústria nacional. Criada pelo italiano Aldo Lorenzetti e por Carlos Tonanni na Mooca, em São Paulo, a empresa evoluiu de fabricante de parafusos a gigante em produtos para o lar, mantendo liderança no segmento de chuveiros. Com receita de R$ 1,7 bilhão em 2024, aposta na tecnologia para ampliar sua presença nos lares brasileiros. “Eu me lembro quando meu pai assumiu a empresa que meu avô tinha montado”, disse Claudio Lorenzetti, sócio e diretor da Lorenzetti, ao receber a homenagem. “Começamos com parafusos e estamos há mais de 100 anos operando. E esperamos ficar em ação por muito mais tempo.”

Pernambucanas
Fundada em 1908 pela família Lundgren, de origem sueca, a varejista está espalhada por 15 estados mais Distrito Federal. São quase 500 unidades e mais de 13 mil colaboradores. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 5 bilhões. A primeira unidade das rede foi instalada na Praça da Sé, no Centro Histórico paulistano. “Somos uma empresa centenária, espalhada pelo Brasil, mas com 43 lojas só na cidade de São Paulo”, afirmou Igor Borges, diretor de Vendas da Pernambucanas.

Ponto Chic
Fundado em 1922 por Odílio Cecchini e Antônio Milanese, na onda da Semana de Arte Moderna, o Ponto Chic foi berço de ebulição de ideias e transformações culturais. O nome, inclusive, foi dado por Oswald de Andrade, um dos mais importantes poetas dessa geração. Desde 1977 está sob comando da família Alves, quando Antonio Alves de Souza comprou o empreendimento. À frente do Ponto Chic hoje está Rodrigo Alves, que carrega o legado de seu pai José Carlos Alves de Souza, e do avô Antonio, com a missão de manter a tradição viva, e se adaptar aos novos tempos. “O reconhecimento nos motiva a manter o negócio. A gastronomia é um setor pulsante e empregador na cidade de São Paulo”, disse. Rodrigo Alves, atual proprietário. “Todo mundo pergunta qual o segredo de um negócio centenário. Acredito que seja se adaptar, mantendo o tradição.”

O evento teve a presença do vice-prefeito da capital, Ricardo Mello Araújo, do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Rodrigo Hayashi Goulart, e do subprefeito da Sé, Marcelo Vieira Salles. Em dezembro, quando será celebrado o 131º aniversário da ACSP, outros sete eleitos de 2025 do prêmio Comércio Histórico – Estabelecimentos Tradicionais de São Paulo serão anunciados, somando 25 locais este ano. Todo os perfis dos premiados podem ser lidos aqui.

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