[AGÊNCIA DC NEWS]. Três coisas são inseparáveis de Nilton Molina. Sua autoridade sobre o mundo previdenciário, seu conhecimento das pessoas com mais de 60 anos e sua capacidade inesgotável de realização. Apesar de estar afastado do dia a dia da empresa, é nome ícone do Grupo MAG (que cobre 6,8 milhões de vidas, tem quase R$ 1 trilhão em capital segurado e mais de 190 anos de atuação no país), presidente do Instituto de Longevidade MAG, além de membro do Conselho Superior da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Molina fará 90 anos daqui a sete meses. Acorda diariamente às 5h e consome três jornais, sendo o Estadão o principal deles. “E todo santo dia vejo uma oportunidade de negócio.” Essa energia empreendedora e liberal pauta mais que a rotina. Pauta a trajetória de Molina.
Nesta entrevista, concedida em seu escritório no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo, o foco foi tratar da bomba-relógio demográfica em que o Brasil se insere e vai tombar no sistema previdenciário. Uma das causas é o envelhecimento da população. Segundo o Censo 2022, do IBGE, o número de brasileiros com 60 anos ou mais chegou a 32,1 milhões (mais de 15% do total), aumento de 56% em relação a 2010, quando era de 20,6 milhões (10,8% do total). “Não adianta mais falar em Reforma da Previdência. Não há o que reformar. É preciso ter um novo sistema.” Molina marca também nesta conversa a estreia da Editoria 60+, da Agência de Notícias DC NEWS, que vai tratar desse público decisivo para toda a economia.
AGÊNCIA DC NEWS – Qual a pergunta que o senhor mais ouve?
NILTON MOLINA – É muito comum as pessoas me perguntarem: “Por que trabalho até hoje, com quase 90 anos?” E respondo com obviedades. Porque eu gosto. Porque o trabalho é, para mim, meu parque de diversões.
AGÊNCIA DC NEWS – O que o move, hoje?
NILTON MOLINA – Sonhos. É interessante porque o velho sonha com a tal da aposentadoria. E eu abro palestras dizendo que o mundo mudou. Estudos e pesquisas em neurociência, psicologia e ciências médicas apontam que a aposentadoria não é bom para a saúde física, mental e cognitiva. E aí explico o porquê. Basicamente, pelo impacto social, econômico e comportamental da longevidade.
AGÊNCIA DC NEWS – Um impacto que tem a ver principalmente com um dado que você traz, em uma das postagens que eu vi no seu LinkedIn: em 2050 nós seremos o sexto maior país do mundo com mais pessoas acima de 60 anos. Qual o efeito direto disso, em especial pro sistema previdenciário?
NILTON MOLINA – É preciso voltar um pouco [na história]. Todo o seguro social do mundo, não só do Brasil, se assentou no chamado Pacto Intergeracional. E o que significa isso? Uma montanha de jovens que um dia se transformaria numa montanha de trabalhadores ativos, produzindo riqueza, e sustentando um número muito pequeno de velhos. E funcionou em todos os lugares. O seguro social do mundo foi construído assim. Esse pacto começa a ser quebrado a partir do fim dos anos 1960, começo dos 1970, inicialmente nos países mais velhos, como Japão, Itália, Inglaterra…
AGÊNCIA DC NEWS – Com duras e evidentes consequências…
NILTON MOLINA – E por quê? Porque tivemos dois fenômenos, que não são exatamente fenômenos e sim comportamentos sociais, acontecendo ao mesmo tempo. As mulheres começaram a ter menos filhos e as pessoas começaram a viver mais. Começaram a ter menos filhos como consequência desse mundo novo, mais difícil de criar, mais difícil de educar, com insegurança, a mulher queria mais liberdade, esse conjunto de questões sociais e econômicas faz diminuir o número de filhos. E na outra mão, em função de novos remédios, de novas máquinas, aumento do saneamento básico, a construção de equipamentos maravilhosos, as pessoas foram ficando mais saudáveis e mais velhas. E, assim, quebrou-se o Pacto Intergeracional que sustentava e sustenta todos esses sistemas.
AGÊNCIA DC NEWS – Um cenário assustador para os sistemas de previdência, não?
NILTON MOLINA – Esse olhar, que você chama de assustador, 50 anos atrás não existia. O pacto estava vigindo porque a sociedade, de um lado, teria dinheiro para te pagar benefícios. E de outro, você tinha seis, sete, oito filhos, que era a tua aposentadoria. Um ou dois iam dar certo, iam sustentar o velho. Era assim. Esse era o mundo.
AGÊNCIA DC NEWS – E como algo aparentemente óbvio (o envelhecimento mais a queda no número de filhos) não foi visto a tempo?
NILTON MOLINA – De uma certa forma, porque você recebia insumos de comunicação que diziam, “Olha, não precisa poupar, gaste tudo o que você ganha, porque o teu futuro de velhice está financeiramente garantido”. Um pouco pela sociedade, representada pelo Estado [que pagava os benefícios previstos a aposentados e pensionistas], e outro porque você tinha oito filhos, que vão fazer um enorme esforço, vão se formar, e sustentarão você. É por isso que essa geração que hoje tem 60 anos, 70 anos, não poupou. A dos 80 anos, então, menos ainda.
AGÊNCIA DC NEWS – O que leva a um inevitável problema chamado previdência.
NILTON MOLINA – Pior. Está vindo um enorme trem de encontro à sociedade e a sociedade não percebe.
AGÊNCIA DC NEWS – Não percebe?
NILTON MOLINA – Não. Confia que essas coisas vão se resolver. E vão se resolver como? Ela não sabe. De fato, quando faço palestras sobre longevidade, eu começo dizendo que a palestra não é para velho. Qualquer coisa que você vá escrever sobre esse assunto não é para velho. É para moço.
AGÊNCIA DC NEWS – E quem não percebe são principalmente os que deveriam mais se preocupar, os mais jovens?
NILTON MOLINA – Não apenas. A sociedade inteira não percebe. [O consumidor] porque não poupa, prefere consumir. A sociedade foi educada para isso. Mas vamos ver se a indústria percebe, se os serviços percebem, se os negócios percebem.
AGÊNCIA DC NEWS – E também não?
NILTON MOLINA – Vou te dar dois exemplos. Um velho ou uma velha vai ao shopping para comprar uma roupa. Começa a visitar as lojas e ver os manequins. Tem algum manequim que se pareça com um velho? Não. O corpo do velho é igual ao corpo daqueles manequins? Não tem nada a ver com aqueles manequins, tanto o homem quanto a mulher.
AGÊNCIA DC NEWS – Ou seja, nem o próprio mundo dos negócios, o lado profissional da sociedade, percebe?
NILTON MOLINA – Vamos pra indústria de automóvel, que é absolutamente marqueteira. Já viu velho entrar no carro? Já viu velho sair do carro? Gostaria que a indústria do automóvel, por exemplo, entendendo que o velho tem dinheiro para comprar o carro, mais do que o jovem…
AGÊNCIA DC NEWS – …mais do que o jovem?
NILTON MOLINA – Dois terços da poupança do mundo estão na mão dos 60+. O cara tem mais tempo a acumular e no final da vida ele gasta menos, os filhos estão criados…
AGÊNCIA DC NEWS – Esse percentual vale inclusive pro mercado brasileiro?
NILTON MOLINA – Vale. É universal.
AGÊNCIA DC NEWS – Ou seja: a indústria automobilística, no seu exemplo, comete um erro estratégico.
NILTON MOLINA – Custaria para essa indústria do automóvel, entendendo que para o velho é um sacrifício entrar no carro, criar um botão que fizesse o assento girar em direção à porta para ele entrar ou sair e depois retornar para a posição original? É tão óbvio que tem de perguntar: “Por que a indústria automobilística até hoje não fez isso?”
AGÊNCIA DC NEWS – E por quê?
NILTON MOLINA – Porque ainda não está ligada ao fato de que essa imensa comunidade de velhos, que será inevitavelmente cada vez maior, tem um poder aquisitivo imenso e certamente está descontente com a forma que entra no carro.
AGÊNCIA DC NEWS – Postura que acaba não sendo exclusividade da indústria de carros, mas de todas as áreas, não?
NILTON MOLINA – Vamos lá. Televisão. Anúncios. Feche os olhos e tente visualizar os anúncios todos. Existe algum anúncio que ofereça alguma coisa da área de produção, de serviço [pro velho]? O alimento do velho é o mesmo do jovem? Se o velho comer como um jovem, ele morre. Então, o impacto social, econômico e comportamental da longevidade não está no radar da sociedade.
AGÊNCIA DC NEWS – Algum país está mais adiantado nessa discussão?
NILTON MOLINA – Vou me deter mais no Japão, que foi o primeiro a envelhecer. Só que o Japão ficou rico antes de ficar velho.
AGÊNCIA DC NEWS – Os nórdicos também.
NILTON MOLINA – Eu reajo sempre a dar exemplos dos países nórdicos porque se você juntar todos é a população de São Paulo. Da capital! A Finlândia é o bairro da Lapa. O Japão vale como exemplo [positivo]. Mas há [por outro lado] países que envelheceram, antes de nós, e cuidaram muito pouco disso. Itália, França…Cuidaram pouco. Não tem dinheiro mais, querido. Com cada vez menos crianças, teremos cada vez menos População Economicamente Ativa (PEA). Então, agora não serão os filhos que vão financiar a velhice dele. Não será a sociedade.
AGÊNCIA DC NEWS – Ou seja, não haverá solução familiar e esqueça o Estado?
NILTON MOLINA – Quem será? Será ele. Com a poupança da vida inteira feita por ele. E provavelmente continuando a trabalhar, na maioria dos casos, por necessidade.
AGÊNCIA DC NEWS – E tem também o que vai continuar a trabalhar não por necessidade financeira, mas para se sentir ativo.
NILTON MOLINA – Chegamos ao comportamental. Eu sou executivo de empresa há muitos anos, já com 24 anos era executivo de nível alto. Era muito comum, absolutamente comum, você não admitir ninguém com 45, 50 anos. Não fazia sentido. Porque o cara ia morrer aos 60. Não dava tempo de ter retorno em função do investimento nele. Só que o mundo mudou. Um cara hoje com 50 anos está no auge da sua vida cognitiva. E ainda assim se ele perde o emprego não arruma emprego.
AGÊNCIA DC NEWS – Uma questão de como a sociedade o enxerga?
NILTON MOLINA – Por uma questão comportamental, sim, e também por uma questão de requalificação profissional. Vamos à base da pirâmide. Um carregador de sacos. Com 20 anos de idade, ele está no máximo da capacidade laborativa dele. Porque é só a força física. E esse cara, aos 50 anos, terminou naquela função. Aposenta? Não! Requalifica ele.
AGÊNCIA DC NEWS – O que envolveria programas que hoje não existem no volume adequado para esse contingente que só cresce. Isso por um lado. Por outro, nesse exemplo, é muito improvável que essa pessoa tenha previdência própria. Hoje só um quarto dos brasileiros tem plano de saúde. Previdência privada, então?
NILTON MOLINA – Não chega a um dígito o percentual.
AGÊNCIA DC NEWS – Vem nova Reforma da Previdência aí?
NILTON MOLINA – Tem que vir outra coisa. Reforma significa dizer: eu tenho uma casa, ela ficou velha, eu vou reformar. Pintar, derrubar uma parede… Esse termo [reforma] não cabe mais. Tem que ser outra coisa. Outro sistema.
AGÊNCIA DC NEWS – O modelo atual é insolúvel?
NILTON MOLINA – Vou dividir grosso modo em três partes. Primeira parte são jovens, de até 20 anos, que nunca trabalharam ou que nunca recolheram [contribuição]. A segunda parte é o cara dos 20 anos até os 60, 65 anos, que está trabalhando. E a terceira parte são os aposentados e pensionistas. O Brasil já perdeu a oportunidade de fazer um novo sistema para esses caras mais jovens.
AGÊNCIA DC NEWS – Sem saída?
NILTON MOLINA – O que estou falando é politicamente incorreto e politicamente ‘deselege’ qualquer político. Estou dizendo claramente o seguinte: a sociedade brasileira, em termos econômicos, por causa da quebra do Pacto Intergeracional, já não terá mais condições de honrar as promessas feitas [a quem está na ativa e contribui] e a integralidade dos benefícios concedidos [a aposentados e pensionistas].
AGÊNCIA DC NEWS – Ou seja, é preciso assumir que deu errado?
NILTON MOLINA – Não tem como. Isso é demográfico. Dois mais dois são quatro. Divide por cinco.
AGÊNCIA DC NEWS – O que deve ser feito?
NILTON MOLINA – Aqui [para os de até 20 anos e que ainda não começaram a trabalhar ou contribuir], um novo sistema. Totalmente novo. E na População Economicamente Ativa [o dos 20 anos aos 60 anos], que é a promessa, dividir em três grandes slices. Até 40 anos, esquece, querido. Perdeu. Você tem que migrar totalmente para o novo sistema. Dos 40 anos aos 60 anos, corta dois terços do que te foi prometido. E o restante [acima de 60 anos] tentar garantir, mas com alguns cortes, fazendo a barba do sistema. Com muito sacrifício social e econômico, isso ainda é possível.
AGÊNCIA DC NEWS – E o novo sistema trabalharia em que bases?
NILTON MOLINA – Para esses caras que nunca trabalharam, até os 20 anos, ou os que estão no PEA, de 20 anos a 40 anos, o máximo que eles vão receber de benefício social é alguma coisa equivalente a um salário mínimo. Um! Hoje é o piso. Será o máximo. Isso vai acontecer.
AGÊNCIA DC NEWS – Uma discussão gravíssima à margem da sociedade e da classe política…
NILTON MOLINA – Tem que começar a discutir agora. Em demografia, 30, 40, 50 anos é algo previsível. Vai acontecer. Como romper esse processo? Só com aumento do número de filhos. Ah, chama o Pinochet, um ditador, ele baixa o decreto de que é obrigado que cada casal tenha pelo menos quatro filhos. Admita, mesmo sendo um absurdo, que as mulheres todas concordem. Admita mais uma coisa: que elas vão ter imediatamente os quatro filhos de uma vez só. Improvável. Mas admitiu? Não resolve o assunto. Os quatro filhos só serão produtivos daqui a 20 anos ou 30 anos.
AGÊNCIA DC NEWS – Um cenário dramático.
NILTON MOLINA – Sim. Dramático. Estou dramatizando? Estou. Estou sendo catastrófico? Estou. Mas é a realidade. Isso não vai mudar.
AGÊNCIA DC NEWS – Se em termos demográficos não vai mudar, o que sobraria?
NILTON MOLINA – É o Brasil correr atrás da produtividade.
AGÊNCIA DC NEWS – Que não sai do lugar… No ranking do instituto suíço IMD é o 58º em 69 países.
NILTON MOLINA – E ainda vejo que discutem no Congresso Nacional reduzir a jornada de trabalho de 44 horas semanais para 36…
AGÊNCIA DC NEWS – A pessoa comum hoje, com mais de 50 anos e que ainda não se aposentou, não vai conseguir parar de trabalhar. A única saída é ter também uma previdência privada?
NILTON MOLINA – A única saída é poupar. Ter renda de um imóvel, guardar no banco… Agora, achar que aos 60 anos vai para a praia, não vai. Vamos dizer que ele tinha uma renda de dez. Parou de trabalhar, caiu para um. Se ele poupou, digamos que ele vai ter mais quatro. Já são cinco. Faltam cinco. Se ele tem 65 anos, ele vai morrer aos 90 anos, são 25 anos. Ele não precisa trabalhar para ganhar dez, mas para mais dois ou três. Chegar a uns oito.
AGÊNCIA DC NEWS – É nesse sentido que o Instituto de Longevidade foca bastante, não?
NILTON MOLINA – O instituto criou o Regime Especial de Trabalho do Aposentado, o Reta. E isso não andou [no Congresso] porque a Reforma Trabalhista atropelou. Para o aposentado trabalhar três dias por semana, ou só às tardes. Ele só vai parar quando perder a autonomia intelectual. Isso responde um pouco porque um cara como eu, com quase 90 anos de idade, continua trabalhando. Para manter a minha cabeça e para continuar buscando dinheiro.
AGÊNCIA DC NEWS – Atrás de dinheiro?
NILTON MOLINA – Eu já sou rico. O latino tem vergonha de falar que é rico. Sou dono de uma companhia de seguro de vida. Se eu falar que sou pobre, você não compra seguro de mim. Mesmo sendo rico, continuo a trabalhar.
AGÊNCIA DC NEWS – Nada de parar…
NILTON MOLINA – Estou sempre pensando em coisas. Eu leio três jornais. O Estadão, O Globo e o Valor. Acordo às 5h. Aí leio na cama, no iPad, o Estadão. Principalmente aquelas cinco, seis páginas iniciais, que é onde está o que o Estadão pensa. Vou para a cozinha, tomar um cafezinho, pego o Valor. Vejo as manchetes dos cadernos pra saber se tem uma cagada com que precise me preocupar. Pego O Globo, faço a mesma coisa.
AGÊNCIA DC NEWS – Por que esses três?
NILTON MOLINA – Na economia sou um liberal, e no social, sou um social-democrata, e acho que o lucro tem também finalidade social. Mas, em economia, sou um liberal. Então tenho de ler o Estadão porque ele tem uma linha liberal. Tenho de ler O Globo porque O Globo tem vários lados e eu gosto de saber o que o outro lado está pensando. E eu sou obrigado a ler o Valor porque sou um homem de negócios. E todo santo dia eu vejo, num ou em outro veículo, uma oportunidade de negócio. Que nem vou fazer. Ou seja, você precisa estar vivo e continuar vivo.
AGÊNCIA DC NEWS – É sua fórmula?
NILTON MOLINA – Velho, para se manter ativo, precisa de três coisas. Número um, se exercitar. Eu faço todo santo dia ginástica, menos quando viajo. Principalmente alongamento. Segundo, tem que continuar estudando. Pesquisando, sendo curioso, lendo [seu escritório mantém estantes com obras sobre seguros]. Em casa, tenho uns 2,5 mil livros. Contratei uma bibliotecária que catalogou tudo. E o terceiro, principalmente: ter sonhos. Se ele vai realizar ou não é outro problema.
AGÊNCIA DC NEWS – No fundo, Nilton Molina é um otimista?
NILTON MOLINA – Vou responder lendo um trecho do epílogo do livro O Vendedor de Futuros – Nilton Molina: A Trajetória de um Vencedor [sua biografia, escrita por Luís Costa Pinto/Geração Editorial, 2021]. O livro foi escrito na pandemia, e no final o autor pediu que eu escrevesse Uma Carta Otimista para o Futuro. Vou ler a última página dela:
– “E o que esse ano de pandemia me fez?
Ele me concedeu tempo para pensar em meus próprios projetos, para revisitar meus planos e objetivos. Com esse tempo, consegui me reencontrar com a minha própria vida e restaurei o eixo dela.”
– “Seguirei aproveitando-a da forma como puder. Trabalho, família, Sara, que é minha mulher, bisnetos, netos, filhos, amigos e, por que não, negócios? Muitos negócios. Farei tudo o que puder para acelerar ideias novas, diferentes e projetos inovadores.”
– “Quero poder empurrar as pessoas no rumo de suas realizações pessoais, para que consolidem seus sonhos, para que produzam coisas novas e que tragam felicidade para todo mundo. Isso também trará felicidade para mim, e uma coisa que sempre quis, e continuo querendo, é ser feliz.”
– “Descobri que ter essa capacidade de realizar me concilia com a velhice e me faz sentir que o tempo não passou – os sonhos é que se realizaram. Envelheci com autonomia, com clareza e domínio sobre as minhas ideias. Isso me orgulha. Chego até aqui ainda sonhando. E tentando realizar sonhos. Isso é um privilégio.”
– “Seguirei assim, olhando à frente. Isso me torna alguém que não se resigna à velhice. Sonho, logo vivo.”
NILTON MOLINA – Está explicado por que até hoje eu trabalho?
AGÊNCIA DC NEWS – Está explicado.