[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
A OdontoCompany, entre as maiores rede de franquias odontológicas do país com 1,5 mil unidades em operação, acelera seu plano de expansão em 2025. Já foram inauguradas 31 unidades desde janeiro e há previsão de outras 29 até o final do ano. Para 2026, são 40 aberturas previstas, movimento que acompanha o crescimento robusto do setor de Saúde, Beleza e Bem-Estar. Segundo a Associação Brasileira do Franchising (ABF), esse guarda-chuva faturou R$ 68,9 bilhões no primeiro semestre, alta de 15,9% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto o número de operações cresceu 10,2%, totalizando quase 69 mil unidades. O Sudeste concentra grande parte do avanço e reside na região a aposta da OdontoCompany. À AGÊNCIA DC NEWS, o diretor de Expansão da empresa, Felipe Naresi, disse que o desafio é ajudar o franqueado a pensar o próprio negócio no longo prazo — e aí está o foco de atuação junto aos empresários.
Segundo Naresi, muitos consultórios enfrentam dificuldades para captar e fidelizar clientes, administrar custos que são crescentes e se adaptar às novas demandas dos pacientes. “Nesse cenário, modelos como o nosso, que oferecem suporte de gestão, marketing e tecnologia, se tornam ainda mais relevantes.” Os planos atuais de expansão da companhia se destacam em São Paulo (33% das novas unidades) e Minas Gerais (26,7%), e o perfil dos empreendedores é diverso, incluindo médicos, advogados e engenheiros interessados em complementar renda ou mudar de profissão.
Na avaliação do executivo, o potencial de crescimento do mercado de franquias odontológicas ainda é imenso, uma vez que grande parte dos profissionais que possuem consultórios próprios são autônomos e clínicas independentes. “Estimo que cerca de 70% dos dentistas atuam de forma individualizada”, disse. De acordo com ele, a presença de franquias no segmento ainda é pequena, “mas vem crescendo de forma acelerada.” Um exemplo disso é a Oral Sin Implantes, em penúltimo lugar (49º) na lista da ABF e que tem 421 lojas, com faturamento de R$ 1,3 bilhão em 2024. Entre 2019 e 2021, em dois lances milionários, o grupo de investimentos em franquias SMZTO, que administra a OdontoCompany, comprou 40% e depois 60% da rede especializada em implantes, a propósito. No mesmo período, o fundo também fez a aquisição da franquia de ortodontia (tratamento do posicionamento dos dentes e ossos da face) OrthoDontic, que tem 350 unidades.
Embora a OdontoCompany não revele seu faturamento atual, vale lembrar que o L Catterton, fundo do qual é sócio o bilionário francês Bernard Arnault (LVMH), adquiriu um terço da rede em 2019. Para o investidor na ponta do negócio, o investimento inicial em uma clínica dessas é de, aproximadamente, R$ 500 mil e o payback, segundo Naresi, costuma ser em até 24 meses após a inauguração, ou seja, um tempo de maturação considerado padrão para qualquer negócio. Fatores como ter capital de giro, decidir pelo ponto, estruturar a clínica, montar equipe, fazer a gestão do processo antes e durante a implementação, até efetivamente abrir a unidade, exigem maior atenção do investidor nos primeiros anos. Cada unidade, em média, possui entre cinco e nove funcionários.
O mercado odontológico no Brasil crescerá a uma taxa anual de 13% até 2030, segundo a plataforma de dados global Research and Markets. Nos dados compilados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) sobre a saúde suplementar (que não contabilizam os números do SUS), há uma evolução de 17% ao longo de quatros anos na quantidade de procedimentos odontológicos realizados no Brasil: foram 1,6 bilhão em 2019 e 1,9 bilhão em 2023. As despesas com esses procedimentos cresceu 8% na mesma base de comparação, sendo R$ 3,4 bilhões há seis anos e R$ 3,7 bilhões no ano retrasado (em valores nominais, descontada a inflação no período, houve uma diminuição de 15% nas despesas).