São Paulo, 14 de outubro de 2025 – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento,Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, inicia nesta quarta-feira (15/10) missãooficial à República da India, com foco em aumentar o fluxo bilateral de comércio e investimentos,além de gerar empregos em ambos os países.
A missão ocorrerá em Nova Delhi entre 15 e 17 de outubro de 2025 e implementará os objetivostraçados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Primeiro-Ministro da India, Narendra Modi,durante visita de Estado ao Brasil, em 8 de julho passado. Também marca uma nova etapa da ParceriaEstratégica Brasil-India, estabelecida em 2006, e ocorre em contexto de forte crescimento dointercâmbio comercial.
Estou indo à India com o espírito de abrir mercados e aumentar o comércio. Nós podemos ter muitacomplementaridade econômica e investimentos recíprocos, disse Alckmin. Vamos também preparar avisita do presidente Lula à India, prevista para fevereiro do ano que vem, completou.
De janeiro a maio deste ano, as exportações brasileiras para a India aumentaram 14,8% (atingindoUS$ 2,395 bilhões), enquanto as importações cresceram 31,8%, quando comparadas ao mesmo períododo ano passado.
A India já é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Ocupa posição estratégica como11º destino das exportações brasileiras e sexto fornecedor ao Brasil em 2024. O objetivo éexpandir ainda mais o fluxo de comércio bilateral, que já é o sétimo maior do Brasil, disseAlckmin.
MISSÃO MULTISSETORIAL PÚBLICO-PRIVADA A comitiva inclui os ministros da Saúde, AlexandrePadilha; e da Defesa, José Múcio Monteiro; além de líderes empresariais de diversas áreas.
Também estarão presentes autoridades e representantes dos ministério das Relações Exteriores(MRE); da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); de Minas e Energia (MME); doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação(MCTI). Participarão da delegação representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB), AgênciaBrasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil), Anvisa, Fundação OswaldoCruz e Petrobras.
O programa da visita prevê reuniões de trabalho com os ministros da Defesa, Rajnath Singh; doComércio e da Indústria, Piyush Goyal; dos Assuntos Estrangeiros, Dr. S. Jaishankar; do Petróleoe Gás Natural, Hardeep Singh Puri; e outras altas autoridades.
DIÁLOGO EMPRESARIAL BRASIL-INDIA No dia 16 de outubro, está prevista a participação dovice-presidente no Diálogo Empresarial Brasil-India, fórum coordenado pelo Departamento dePromoção Comercial, Investimentos e Agricultura do Itamaraty, com o apoio da Agência Brasileirade Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Participam do evento a ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI) e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da India(FICCI).
Do lado brasileiro, participarão empresários dos setores de alimentos, bebidas, agronegócio,construção, tecnologia, química e saúde, máquinas e equipamentos, energia e moda. É umamissão de trabalho para abrir comércio, investimentos e gerar emprego em ambos os países. OBrasil está de portas abertas para fazer mais, melhor e mais rápido com a India, disse Alckmin.
No âmbito da programação, a CNI e a FICCI celebrarão a assinatura de Memorando de Entendimentopara a criação do Fórum Empresarial de Líderes Brasil-India. O novo mecanismo permanente dediálogo entre os setores privados dos dois países terá como propósito aprofundar as relaçõeseconômicas e comerciais, estimular parcerias estratégicas e apresentar recomendações conjuntasaos governos em temas prioritários, como inovação, transição energética, infraestrutura efacilitação de investimentos. A primeira reunião das empresas integrantes do mecanismo seráorganizada em 2026, por ocasião da visita presidencial à India.
DECISÃO POLITICA DE APROFUNDAR PARCERIA ESTRATÉGICA Em 2025, Brasil e India celebram 76 anos derelações diplomáticas. Ambos mantêm, desde 2006, uma Parceria Estratégica e cooperamintensamente em fóruns como BRICS, G20 e IBAS (fórum de diálogo e cooperação trilateral entreIndia, Brasil e África do Sul).
A missão de Alckmin à India continua a implementação do que foi decidido entre o presidente Lulae o primeiro-ministro Narendra Modi durante a visita de Estado do líder indiano ao Brasil, em 8 dejulho passado. A essa visita, seguiu-se um telefonema entre os dois líderes, em 7 de agostopassado, quando acertaram sobre a missão de Alckmin à India e reforçaram a meta de elevar ocomércio bilateral para US$ 20 bilhões até 2030. Também concordaram em iniciar negociaçõespara a ampliação do Acordo de Comércio Preferencial Mercosul-India ainda este ano.
A missão brasileira buscará aprofundar a cooperação ao longo dos cinco eixos estratégicosdefinidos pelos líderes brasileiro e indiano: defesa e segurança; segurança alimentar enutricional; transição energética e mudança do clima; transformação digital e tecnologiasemergentes; e parcerias industriais em áreas estratégicas.
EXPANSÃO DO ACORDO MERCOSUL-INDIA Um dos pontos centrais da agenda é a ampliação do acordo depreferências tarifárias Mercosul-India, que hoje cobre apenas cerca de 450 linhas tarifárias. ACâmara de Comércio Exterior (CAMEX) já aprovou o mandato para a negociação de um cronograma deampliação dessas preferências, permitindo maior diversificação de produtos com redução detarifas. Brasil e India têm ingredientes essenciais para a transição energética: tecnologia,escala e inclusão. Podemos crescer juntos e de forma sustentável, destacou o vice-presidente.
DESTAQUES DA AGENDA:
Complexo Industrial da Saúde: reforço da cooperação com a indústria farmacêutica indiana,especialmente na produção de genéricos e insumos médicos, para fortalecer o SUS e diversificarfornecedores.
Biocombustíveis e transição energética: Brasil e India, ao lado dos Estados Unidos, lideram opotencial global de produção de combustível sustentável de aviação (SAF). A India buscaatingir 20% de etanol na gasolina, e o Brasil já tem experiência consolidada com etanol ebiodiesel.
Defesa e indústria aeronáutica: a Embraer inaugura seu escritório regional em Nova Delhi durantea missão, abrindo espaço para novas parcerias em tecnologia e produção conjunta.
Agroindústria e segurança alimentar: ampliação das exportações de proteínas e produtosagroindustriais brasileiros para o mercado indiano.
Transformação digital: cooperação em infraestruturas públicas digitais e data centers,inspirada nas soluções tecnológicas indianas.
COMÉRCIO
Em 2024, o comércio com a India totalizou US$ 12 bilhões, um acréscimo de 4,7% em relação a2023, o que manteve a India na posição de 10º maior parceiro comercial do Brasil. As exportaçõesforam de US$ 5,26 bilhões, sendo a India o 13º destino de exportações brasileiras. Asimportações foram de US$ 6,8 bilhões, o que fez da India a 6 maior origem de importações peloBrasil
Em 2024, os principais produtos exportados para a India foram: açúcares e melaço (31%), petróleobruto (23%), gorduras e óleos vegetais (14%), e algodão (3,5%). Na pauta de importações,predominaram compostos químicos (18%), combustíveis derivados de petróleo (6,8%), inseticidas(6,6%) e medicamentos (6,3%). Entre setembro de 2023 e setembro de 2025, foram realizadas cerca de90 missões brasileiras de promoção comercial e de investimentos à India, buscando oportunidadesde negócios, notadamente nas áreas de defesa, agricultura e energia.
ECONOMIA
A India, país mais populoso do mundo, superou o Reino Unido em PIB nominal, tendo alcançado aposição de quinta maior economia do mundo. Prevê-se que se torne a 4 economia até 2026,superando o Japão. O governo indiano tem planos de tornar a India uma nação desenvolvida até2047, ano em que o país celebrará 100 anos de independência.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aIndia é o segundo maior produtor agrícola do mundo (atrás da China), em termos de valor daprodução, e o Brasil, o quarto. Em termos de exportação agrícola, o Brasil é o terceiro domundo, e a India, o nono.
As informações partem do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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