SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Adolescentes australianos menores de 16 anos publicaram vídeos na terça-feira (9) se despedindo de seus seguidores, à espera do início do bloqueio de redes sociais. Mas nesta quarta-feira (10), no primeiro dia da medida, alguns comemoraram nas próprias plataformas o fato de ainda conseguirem acessá-las normalmente.
“Eu sobrevivi ao banimento”, diz Anh Tuan, 13, no dia seguinte após ter publicado um vídeo aos seguidores de seu perfil sobre tecnologia dizendo que retornaria em dois ou três anos. “É o comeback do século.”
O governo da Austrália ainda debate a melhor forma de verificação de idade, bem como quem fica com essa responsabilidade. Em declarações recentes, a Meta pediu que lojas de aplicativos passem a conferir a idade dos usuários, em vez das próprias redes sociais, para eliminar a necessidade de verificações repetidas em diferentes plataformas.
Nos vídeos de despedidas, adolescentes às vezes usavam contagem regressiva até a meia-noite do dia do banimento, como o usuário “Pankake Man”. Seu vídeo ainda se manteve no ar, apesar de o banimento prever a suspensão das contas de menores, mas o usuário não fez novas publicações, e o canal do YouTube vinculado à conta foi removido.
Outro adolescente, Finley publicou, no X (ex-Twitter), uma carta de despedida aos seus seguidores, dizendo que, até retornar com 16 anos, “provavelmente estaria em uma nova conta”.
Adolescentes mais velhos também publicaram vídeos se despedindo dos mais novos por perderem o acesso. “Até mais, crianças australianas. Vejo vocês novamente quando completarem 16 anos”, afirmou um usuário do X. “Adeus a todos que têm menos de 16 anos”, disse uma usuária do TikTok.
Mas houve quem relatou ter conseguido acesso. A usuária “Ela’s Secret” publicou um vídeo de despedida, mas continuou com os vídeos no TikTok. Questionada por seus seguidores, disse que sua “conta principal” foi banida, mas a secundária se manteve no ar.
Já Katie, no X, publicou uma despedida na terça, explicando aos amigos da rede social que vivia na Austrália, que tinha menos de 16 anos e provavelmente seria banida. No dia seguinte, retornou dizendo que “estava viva”.
A Austrália aprovou a lei há um ano, como parte de um teste experimental em um dos muitos esforços para proteger crianças de riscos associados às redes sociais.
É possível que muitas delas saibam como usar VPNs, o que pode ajudá-las a contornar a proibição. Muitas também falsificaram suas idades ao se cadastrar, para driblar a idade mínima de 13 anos exigida por muitos serviços de redes sociais.
Outros usaram informações de seus pais para criar contas, ou têm irmãos mais velhos cujas identidades podem usar.