Alckmin defende retirar inflação de alimentos do cálculo da Selic

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil
Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

São Paulo, 24 de março de 2025 – O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento,Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu, nesta segunda-feira (24), que o BancoCentral (BC) desconsidere a inflação de alimentos e energia ao definir a taxa básica de juros, aSelic. A declaração vem após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevar a Selic para14,25% ao ano para conter a inflação.

Alckmin mencionou o exemplo do banco central dos Estados Unidos, que retira esses dois índices docálculo dos juros básicos da economia estadunidense. Uma taxa de juros elevada, como a Selic, em14,25% ao ano, ela atrapalha a economia, porque torna muito caro o custo de capital, disse, emevento promovido pelo jornal Valor Econômico.

Para o presidente em exercício, os aumentos nos preços de alimentos e energia são impulsionadospor fatores externos e de natureza pontual, como eventos climáticos adversos e tensõesgeopolíticas, como guerras. Segundo o também ministro, esses eventos impactam os preços de formasignificativa, mas não possuem uma relação direta com a política monetária e, portanto, com ataxa de juros.

“Alimento é muito clima. Se eu tenho uma seca muito forte, uma alteração climática muito grande,vai subir o preço de alimento. E não adianta eu aumentar os juros que não vai fazer chover.Então eu só vou prejudicar a economia”, disse, lembrando que no caso da energia, os preços dobarril do petróleo são definidos internacionalmente.

Embora o Banco Central tenha entre seus objetivos principais o controle da inflação, a visão doministro sugere uma análise mais flexível e atenta aos choques de oferta que podem influenciar osíndices de preços.

“Então, eles [banco central dos EUA] excluem do cálculo [alimentos e energia]. Eu acho que é umamedida inteligente, e a gente realmente [pode] aumentar os juros naquilo que pode ter maisefetividade na redução da inflação”, explicou Alckmin.

Alckmin também alertou para o impacto do aumento da Selic nas contas públicas. Segundo cálculosapresentados por ele, cada elevação de 1 ponto percentual na taxa básica de juros onera a dívidapública em aproximadamente R$ 48 bilhões.

Copyright 2025 – Grupo CMA

Voltar ao topo