Bolsa fecha em queda de 0,03%, estável, no patamar dos 135 mil pts; com tarifas no radar

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São Paulo, 15 de julho de 2025 – A Bolsa fechou a sétima sessão em queda de 0,03%, estável,em um pregão volátil, mas conseguiu se segurar no patamar dos 135 mil pontos com mercado reagindoàs reuniões de negociação entre governo e o empresariado sobre as tarifas impostas pelopresidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Commodities caíram.

Após o encontro, os empresários pediram pela prorrogação do início da taxação. Mais cedo,Trump voltou a defender o ex-presidente, Jair Bolsonaro, e citou novamente as tarifas.

A Vale (VALE3) caiu 2,61% e (PETR4) perdeu 0,77%. Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3)avançaram 0,34% e 1,06%. As varejistas subiram.

O principal índice da B3 caiu 0,03%, aos 135.250,10 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,7bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos. Às 17h14(horário de Brasília), o Ibovespafuturo com vencimento em agosto tinha queda de 0,02%, aos 136.725 pontos.

Felipe SantAnna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia Investing, disse que o pregãomelhorou na parte da tarde “em razão do aparente recuo do governo, depois que o Alckmin [GeraldoAlckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços] sinalizouuma negociação de prazo com os EUA e negociação sobre as tarifas. A gente estava aguardando umaposição mais dura do Brasil. Mesmo com todo esse cenário, hoje o fluxo está baixo, mercado lentoem vários momentos, nem o CPI nos EUA fez preço aqui”.

Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que ao tarifaçosegue no foco do investidor e a melhora da popularidade do Lula.

“A incerteza do que vai acontecer em relação às tarifas de Trump e como serão asnegociações seguem no foco. A questão fiscal ainda não resolveu, é possível que saia algohoje, mas o tarifaço faz com que todo mundo sente para conversar, o que é positivo. O fluxo estásaindo da B3 e o que também faz preço é a melhora da popularidade e do presente Lula e umpossível racha da direita. A volatilidade continua. Lá fora, é interessante observar as falas dosdirigentes do Fed, o que têm a dizer em relação a isso [tarifas], e pano de fundo éinflação/juros”.

Faust comentou que “o pano de fundo claro e que nos afeta é o dólar. A moeda tem seenfraquecido frente os pares globais. DXY fez correção nas últimas semanas. Apesar de no curtoprazo estar fazendo um retorno, no movimento mais longo está corrigindo e batendo níveis que nãose avia há tempos. O fato de o real ter se valorizado tanto contra o dólar traz alívioinflacionário, que é importante pra o BC. Na questão global, a questão da tarifa desfavorecendoo dólar favorece o Brasil”.

Mais cedo, saiu a inflação ao consumidor de junho dos Estados Unidos, que subiu 0,3% e em 12 mesesaté junho avançou 2,7%. Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o CPI veio dentro doesperado, mas “com o qualitativo ligeiramente pior mantém a postura cautelosa do banco centralnorte-americano. Vale destacar que o índice já reflete, mas não completamente, os efeitos dasnovas tarifas comerciais impostas em abril. Os impactos dessa política comercial devem ser sentidoscom mais força nos próximos meses. Nesse contexto, avaliamos que o banco central norte-americanoterá espaço mais limitado para cortar juros. Acreditamos que a inflação pesará mais no balançode riscos do que a desaceleração da atividade econômica. Passado o choque das tarifas, esperamoso primeiro corte na taxa de juros no final de 2025. Por outro lado, caso o mercado de trabalhomostre sinais mais claros de enfraquecimento, indicando uma perda de dinamismo da economia, o Fedpoderá intensificar os cortes de juros ao longo do ano”.

Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)

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