São Paulo, 31 de julho de 2025 – A Bolsa fechou em queda com os investidores ainda avaliando oimpacto das tarifas nas empresas, e o tom é de cautela. A melhora na aprovação do presidente Lulatambém foi mais um ponto de atenção do mercado. No mês, o Ibovespa acumulou perdas de 4,16%.
Os investidores aguardam pelo balanço da Vale, após o fechamento do mercado. As ações damineradora fecharam em queda de 0,70%.
Segundo a pesquisa mostrou que a aprovação do presidente passou de 49,7% no início do mês dejulho para 50,2% no final do mês, e a desaprovação caiu de 50,3% para 49,7%. A avaliação dogoverno petista também tem melhora. Os que avaliam a gestão como boa ou ótima passou de 43,4%para 46,6%, e os que consideram péssima ou ruim passou de 49,4% para 48,2%. Foram ouvidas 7.334pessoas de 25 a 28 de julho com margem de erro de 1 ponto porcentual.
O principal índice da B3 caiu 0,68%, aos 133.071,05 pontos. O giro financeiro era de R$ 21,3bilhões. Às 17h15 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em agosto recuava0,70%, aos 133.595 pontos. Em Nova York, os índices fecharam em queda.
Felipe SantAnna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia Investing, explicou que oIbovespa operou todo o dia no negativo “ainda tentando projetar os impactos das tarifas nas nossasempresas, a melhora da popularidade do Lula parece ser apenas por conta da propaganda do governo emtorno da disputa com os americanos e o “novo inimigo nacional” criado pela já conhecida estratégiado PT de governar, o nós contra eles. O Brasil está no seu eterno limbo, não consegue criar umambiente forte para que o investidor fique e não cai com maior intensidade porque ainda temempresas sólidas e resilientes. A cautela é total, nem as empresas que escaparam podem serconsideradas como investimento tranquilo, já que tudo pode mudar rapidamente. As tarifas começasefetivamente em agosto, e a resposta do Brasil ao Trump é muito aguardada por nós, para tomarmosas próximas decisões na bolsa”.
Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, disse que a sessão de hoje”ainda foi fortemente influenciada por notícias da imposição de tarifas de 50% sobre produtosbrasileiros pelos EUA, que segue gerando incertezas e afetando expectativas dos investidores. Atensão diplomática crescente com os EUA também não ajuda. Com isso, o mercado adota um tom maiscauteloso à espera de alguma notícia mais positiva para inverter o ânimo”.
Rodrigo Moliterno head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que o mercado reage astarifas decisão do Copom.
“Ontem a gente teve um momento de euforia com [algumas] isenções [de tarifas para algunsprodutos brasileiros], e hoje o mercado tenta entender melhor juntamente com o comunicado do Copom.Apesar de ele [o Copom] ter sinalizado que já chegou no topo [de alta], continua mostrandopreocupação e acompanha os cenários [externo principalmente com as tarifas], o que deixa omercado mais receoso. Na temporada de balanços, vemos alguns resultados positivos, como doBradesco. A politização ainda está muito em evidência. O mercado realiza um pouco com a levemelhora na avaliação do Lula, e após o movimento de alta da véspera”.
Um gestor de investimentos do mercado financeiro disse que a pesquisa sobre a aprovação doLula “foi mal recebida pelo mercado, apesar de já ser esperada essa melhora. A eleição de 2026vai ser difícil”.
Thiago Pedroso, sócio na Critera Investimentos e assessor de investimentos disse que o Ibovespacai após leve melhora de Lula nas pesquisas da AtlasIntel.
“Apesar do avanço, a rejeição do presidente segue elevada. O dado mais curioso talvez seja aresiliência de Tarcísio [se a disputa fosse com Tarcísio, Lula teria 48,5% e Tarcísio 33%], quecontinua competitivo mesmo sendo menos conhecido nacionalmente. Claramente a eleição vai serbastante acirrada. A melhora de Lula onde importa foi marginal, e por ora, não altera o quadrogeral”.
Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)
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