SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta segunda-feira (3), o Ibovespa rompeu a barreira dos 150 mil pontos pela primeira vez, na sexta quebra de recorde seguida. Explico o que acontece na B3.
Também aqui: mais montadoras chinesas de elétricos no Brasil e outros destaques do mercado nesta terça-feira (4).
**FOGUETE IBOV**
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, ultrapassou os 150 mil pontos pela primeira vez na história. O resultado é o sexto recorde seguido registrado pelo índice nos últimos meses. De onde vem todo esse entusiasmo com a B3?
OS NÚMEROS
– 150.454 foi a pontuação final do Ibovespa na segunda-feira, um avanço de 0,61% em relação ao pregão anterior.
– 24% é o avanço acumulado no ano.
que rolou? Vamos por partes.
[1] 🏙️ Temporada de balanços
A cada trimestre, o mercado espera a divulgação dos dados financeiros das empresas. Estamos no terceiro período do tipo no ano.
Os pregões são movimentados pela expectativa positiva dos investidores em relação aos resultados de algumas companhias se adiantam em comprar papéis de certas empresas antes que o preço deles dispare pela divulgação de números positivos.
O destaque vai para as ações do Itaú (+1,47%), que divulga resultados hoje, e da Petrobras (+1,17%), que publica o relatório na quinta-feira.
[2] 💵 Enfraquecimento do dólar
O DXY, índice que mede o valor da moeda dos EUA frente a outras divisas fortes, recuou cerca de 9,26% em um ano.
Isso fez com que mercados emergentes, como o Brasil, ficassem mais atraentes para o mundo. O investimento estrangeiro é central no bom desempenho do Ibovespa, uma vez que ele representa mais da metade do capital que circula na B3.
[3] Expectativa pela Selic
O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, decide amanhã a taxa básica de juros. A expectativa da maioria é que ela seja mantida em 15% ao ano. Como a esperança é a última que morre, os investidores estão animados com o futuro.
Os investidores começam a antecipar um ciclo de estabilidade ou cortes, o que aumenta a atratividade das ações, avalia Leonardo Terroso, analista de investimentos da AMW.
**CORAÇÃO DE MÃE**
O número de licenciamentos acumulados de veículos eletrificados no Brasil passou de 1,9 mil em 2020 para mais de 215 mil em 2024, um aumento de mais de 100 vezes em cinco anos, segundo dados levantados pelo Ministério de Minas e Energia.
A entrada de montadoras chinesas no mercado brasileiro foi um catalisador dessa reação.
CABE MAIS UMA?
A chinesa Geely anunciou a compra de 26,4% das ações da Renault no Brasil. As duas empresas já trabalhavam juntas no país, mas o acordo aprofunda a colaboração.
Agora, a asiática poderá usar a fábrica e o centro de engenharia em São José dos Pinhais, interior do Paraná, para produzir seus carros e contará com mais de 250 pontos de venda ao redor do país.
Segundo a Renault, a participação dela no mercado nacional é de 5% e o objetivo é dobrar o número em um prazo de cinco anos.
CAPITALISMO SELVAGEM
A concorrência entre empresas na China é mais acirrada. Elas importam esse modelo de disputa para a América Latina ao encontrarem um novo campo para conquistar o que pode deixar as tradicionais europeias no chinelo, em alguns anos. Conheça-as:
– BYD: é líder global em vendas de EVs. Opera a antiga fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia. Na China, foi acusada de concorrência desleal.
– GWM: se instalou no interior de São Paulo, na antiga planta da Mercedes-Benz em Iracemápolis. O modelo que ela mais vende por aqui é o Haval H6.
Com a possibilidade recém-adquirida de fabricar no Brasil, a Geely começa a sonhar em brigar com essas duas.
TEM TOMADA?
Todas elas, porém, enfrentam um rival maior: a falta de infraestrutura (e interesse) para sustentar uma frota eletrificada. Resta saber como e em quanto tempo elas acham que podem mudar essa realidade.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
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