[AGÊNCIA DC NEWS]. Ao traçar um plano de dobrar o número de unidades até 2026, a rede de franquias Gelato Borelli aposta no crescimento a partir da fidelização. A empresa, que opera no franchising desde 2018, tem mais de 210 unidades abertas e prevê chegar a 420 no ano que vem, projeta que metade desse crescimento venha ancorado em franqueados que decidem abrir uma segunda ou terceira loja. Segundo o CEO da marca, Tony Miranda, que assumiu o comando da rede em 2023, a estratégia envolve um modelo sustentável, já que gerir uma segunda unidade torna a operação proporcionalmente menos custosa. “Isso diz muito sobre a solidez do nosso modelo”, disse.
O plano de expansão envolve cidades com mais de 100 mil habitantes, com base em análises sociodemográficas e econômicas. A estratégia, segundo ele, combina presença física com inteligência de mercado: a escolha dos pontos comerciais envolve uma avaliação conjunta entre franqueadora e franqueado, levando em conta fluxo, viabilidade de obra e potencial de vendas. Além da operação estruturada, a Borelli começa a integrar inteligência artificial aos processos internos, como parte de planejamento de recursos empresariais (ERP), para análises preditivas de vendas e melhoria da gestão. “É recente, mas já estamos testando projeções e ferramentas para apoiar o franqueado na tomada de decisão.”
A forma de lidar com a demanda dos franqueados reflete a própria experiência do CEO, que já esteve entre os empreendedores da marca e chegou a presidir o conselho de franqueados. A experiência, no entanto, não foi bem-sucedida: após decisões desencontros na comunicação de ambas as partes, Miranda teve prejuízo. Após o ocorrido, havia duas soluções: fechar as portas, ou entender o que estava dando errado. A solução foi estudar. Primeiro avaliou o modelo em profundidade e entendeu que, quando bem estruturado, pode ser um canal escalável e sustentável de crescimento, e foi esse conhecimento que, dois anos depois, o colocou no comando da operação que, anos antes, havia lhe causado perdas. “Estive no lugar do franqueado que não tinha com quem dividir os erros. Hoje, quero que ninguém se sinta sozinho”, disse. “A franqueadora respira através do franqueado. Se ela esquece disso, ela sufoca.”
MODELOS – A empresa atua com dois formatos principais: lojas de rua, voltadas para lazer e experiência, e unidades em shopping, que priorizam o consumo por impulso. A produção do gelato é feita dentro da própria loja, em maquinário italiano, o que limita a atuação em quiosques tradicionais. “Não faz sentido manter um ponto sem a produção local.” Com menor teor de gordura e açúcar, o gelato difere do sorvete convencional tanto no sabor quanto na saudabilidade. O sorvete comum tem gordura vegetal e conservantes, enquanto o gelato é feito com creme de leite fresco, servido em temperatura mais alta, o que realça a cremosidade e o sabor. “E isso exige produção fresca, por isso não usamos quiosques tradicionais, sem máquinas”, disse Miranda.
O mercado de gelato, uma nova vertente em destaque entre as sobremesas, tem conquistado espaço pelo mundo. Exemplo disso é o Gelato Festival World Ranking, que desde 2011 elenca os melhores chefs do doce italiano e tem mais de 1 mil associados. Há ainda a Gelato World Tour, concurso que elege o melhor sorvete artesanal do mundo. Este último passa anualmente por São Paulo desde 2017 no formato Gelato Festival Brasil. O evento, organizado pela feira de panificação e confeitaria Fipan e a companhia do ramo de gelatos Carpigiani, acontece entre os dias 25 e 26 de outubro. Os dois vencedores seguem na disputa por vagas na final mundial, que acontecerá em 2026, na Itália.