Brasil conta com reunião para negociar tarifaço em Washington na semana que vem ou na próxima

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo brasileiro acredita que a primeira reunião de negociação do tarifaço deve ocorrer na semana que vem ou, no máximo, na próxima, em Washington, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O Planalto está preparado para acionar os três a qualquer momento, mesmo durante a COP em Belém, para que eles se reúnam com seus contrapartes americanos: o secretário de Estado, Marco Rubio, e do Tesouro, Scott Bessent, além do representante de Comércio da Casa Branca, Jamieson Greer.

Na reunião, a expectativa é que as autoridades dos Estados Unidos apresentem suas demandas para reduzir as tarifas de 40% impostas sobre os produtos brasileiros. Não se espera que os 10% de tarifa que são impostos sobre produtos de todos os países estejam em jogo.

A aposta é que minerais críticos e regulação de big techs façam parte da negociação de alguma maneira, mas os assuntos não foram mencionados nem na reunião entre Trump e Lula em Kuala Lumpur, nem no encontro do dia seguinte, entre Bessent, Rubio, Greer, o assessor-adjunto da assessoria internacional do Planalto, Audo Faleiro, e Mauro Vieira.

O Brasil considera reduzir tarifas sobre o etanol americano em troca de diminuição nas taxas sobre café e carnes brasileiros.

A visão é que os americanos vão querer extrair benefícios do governo brasileiro para tirar as tarifas, os “bodes da sala”, e poderem cantar vitória.

Qualquer pressão para que o Brasil se afaste da China, a exemplo do que os EUA fizeram com a Argentina para conceder ajuda financeira ao governo Milei, será rechaçada, segundo informou um alto funcionário do governo.

O tema Jair Bolsonaro está totalmente descartado, e tampouco foi mencionado nas reuniões na Malásia.

A prioridade, segundo uma autoridade do governo, é redução das tarifas no curto prazo e a retirada das sanções da Lei Magnitsky impostas ao ministro Alexandre de Moraes e outros.

Mas o assunto Venezuela e os alertas do Brasil de que uma intervenção militar causaria uma grande instabilidade regional podem voltar a aparecer. Na reunião na Malásia, Rubio voltou a apresentar seus argumentos para ações contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Segundo ele, Maduro abre as cadeias do país e manda os presos irem para os EUA e a Venezuela está matando americanos com o tráfico de drogas.

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