BTG avalia números de conclusão da safra e prevê impactos da baixa produtividade; ação sobe

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São Paulo, 19 de novembro de 2025 – O BTG Pactual avaliou o anúncio de conclusão da safra 2025/26feito pela da Jalles Machado. Segundo o banco, a moagem total de cana-de-açúcar reportado, de 7,1milhões de toneladas, veio 6% abaixo da sua previsão e 10% abaixo da safra anterior. O ATR médioatingiu 139 kg/ton, ligeiramente acima da sua previsão, o ATR produzido total foi de 986 miltoneladas, 5% abaixo do esperado, e o mix de açúcar encerrou a safra em 46,4% (contra estimtativade 51,8%), visto que a Jalles priorizou a produção de etanol no final da safra, devido à quedanos preços do açúcar.

“Quando a Jalles divulgou seus últimos resultados, mencionamos que, se a queda na produtividadeobservada até então persistisse até o final da safra, a empresa provavelmente não atingiria suaprevisão. Foi exatamente o que aconteceu. Durante o terceiro trimestre, a Jalles colheu 16 milhectares com uma produtividade de 58 toneladas/ha, queda anual de 15%. Ainda assim, a média deATR/ton surpreendeu positivamente, subindo de 151 kg/ton no segundo trimestre de para 165 kg/ton no3T um aumento sequencial incomum para esta época do ano”, comentou o BTG.

O BTG destaca a grande influência do clima na produtividade, em que um início mais tardio do que onormal para a estação chuvosa, ou chuvas que terminam mais cedo do que o habitual, podem afetarmaterialmente os rendimentos. De acordo com a Jalles, este último cenário foi o principal fatorpor trás da safra mais fraca.

“Entendemos essa dinâmica e temos observado padrões semelhantes em todo o setor. Dito isso, como aprevisão inicial foi divulgada em meados de junho, esperávamos que esses impactos climáticosfossem incorporados de forma mais eficaz. Nesta temporada, a moagem de cana-de-açúcar da Jallesficou 11% abaixo das expectativas iniciais”, pondera.

O banco também chama atenção para o desempenho da Santa Vitória. “Neste setor, temosconsistentemente destacado que fusões e aquisições são inerentemente desafiadoras. Acana-de-açúcar é uma cultura perene, portanto, se o proprietário anterior despriorizou oinvestimento no campo, a restauração da produtividade e da rentabilidade leva tempo. É isso queestamos observando na Santa Vitória. Embora continuemos acreditando que a usina tenha espaçosignificativo para melhorar a produtividade, seu aumento de produção está atrasado em relaçãoàs expectativas.”

Olhando para o futuro, o BTG avalia que a estratégia conservadora de hedge de Jalles deve servircomo uma proteção contra a queda dos preços do açúcar nos próximos anos. No entanto, a baixaprodutividade continua a impactar negativamente seu desempenho operacional. “Estimamos um EBIT de R$280 milhões para a próxima safra, juntamente com um endividamento acima desse nível, o que leva aum fluxo de caixa livre ligeiramente negativo.”

Em um mercado impulsionado por histórias de crescimento de lucros, um cenário de fluxo de caixapressionado, combinado com os baixos preços das commodities, sugere que a pressão de curto prazosobre as ações provavelmente persistirá. Até que surjam sinais mais claros de recuperação daprodutividade, é difícil prever uma mudança significativa no sentimento dos investidores, concluio BTG.

Por volta 12h37 (horário de Brasília) o papel da empresa (JALL3) tinha alta de 1,76%, a R$ 2,89.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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