São Paulo, 17 de julho de 2025 – A agência Bloomberg informou que a Petrobras estaria considerandoretornar à distribuição de combustíveis no varejo, após quatro anos da conclusão de sua saídada BR Distribuidora, hoje Vibra Energia SA. Segundo a reportagem, o conselho de administração daPetrobras vai se reunir esta semana para discutir a alteração do plano estratégico da empresa afim de incluir uma presença no setor de varejo, mas não está claro se essa medida envolveria a”tentativa de reestatização total da Vibra ou a compra de uma participação na operadora de lojasde conveniência e distribuidora de combustíveis”.
Para a Ativa Investimentos, a possível reentrada da Petrobras no varejo de combustíveis énegativa do ponto de vista alocativo e estratégico. Embora a companhia disponha de caixa para umaeventual aquisição à vista, o movimento seria uma alocação de capital ineficiente, dado operfil estruturalmente mais apertado de margens no setor, a concorrência intensa e a provávelredução da capacidade da companhia em distribuir dividendos extraordinários ao término desteano. Caso a estatal faça a opção pela entrada no setor, pode ocorrer via Vibra, que é mais caromas preserva a marca ou por outra distribuidora, de forma mais econômica, mas com o desafio decompetir com uma nova marca própria.
No caso da Vibra, uma eventual aquisição, caso ocorra com pagamento de prêmio e dentro doslimites legais, poderia ser positiva em um primeiro momento para os acionistas minoritários.Contudo, consideramos improvável que a nova gestão, sob controle estatal, consiga conduzir aempresa à trajetória de geração de valor necessária no longo prazo. Dessa forma, entendemos queseria uma posição tática, passível de revisão após a eventual conclusão do movimento.
“Ressaltamos que a Vibra mantém o direito de uso da marca BR até 2029 (com um período mínimo dedebranding de seis anos), o que implica que qualquer operação fora do escopo da companhia exigiriaà Petrobras a criação e consolidação de uma nova marca no varejo, algo caro, demorado e dedifícil execução em um mercado altamente competitivo. Caso a Petrobras opte por não adquirir aVibra, evitaria o pagamento de prêmios aos minoritários de VBBR3 e, potencialmente, teria maisespaço para distribuir dividendos extraordinários no final do ano”, explicou a Ativa.
Por fim, a Ativa ressaltou que, no longo prazo, esse tema tem potencialmente destrutivo de valortanto para a Petrobras, que deveria focar em exploração e produção de petróleo, quanto para aVibra. Ainda que a proposta possa gerar uma reação positiva de curto prazo nas ações dadistribuidora, apoiada nos dispositivos de proteção acionária, a correta disse ter dúvidasquanto à capacidade de execução futura sob uma nova gestão Petrobras. “Entendemos que, caso aPetrobras opte por competir diretamente no varejo, isso poderia reduzir a racionalidade na dinâmicade preços do setor, gerando impactos negativos para todos os seus participantes.”
Copyright 2025 – Grupo CMA