Com impulso da China, superávit comercial do Brasil salta mesmo com queda nas vendas para os EUA

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,96 bilhões em outubro, um salto de 70,2% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado.

O resultado ocorreu mesmo após as exportações brasileiras para os Estados Unidos terem despencado 37,9% em outubro, quando somaram US$ 2,2 bilhões. Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, a retração foi de US$ 1,4 bilhão.

A queda nas vendas para os americanos reflete o aumento de tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros. Em agosto, no primeiro mês sob a aplicação da sobretaxa de 50%, as vendas caíram 16,5% (dado revisado). Também houve recuo em setembro, de 20,3%.

Em outubro, o Brasil registrou um déficit comercial de US$ 1,76 bilhão com os EUA. Isso significa que o país importou mais produtos americanos do que exportou a esse parceiro comercial. As importações somaram US$ 3,98 bilhões no mês passado -um crescimento de 9,6% em relação a outubro de 2024.

O recuo nas vendas para os americanos, no entanto, contrasta com o avanço expressivo das exportações para outros destinos, como a China. Em outubro, houve um aumento de 33,4% nas exportações ao país asiático, totalizando US$ 9,21 bilhões.

No mês passado, também houve aumento de exportações para Argentina (5,8%), somando US$ 1,64 bilhão, e para União Europeia (4,5%), totalizando US$ 4,62 bilhões.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) nesta quinta-feira (6).

Um encontro presencial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos EUA, Donald Trump, na Malásia, no mês passado, deu início a uma nova fase de negociações entre os dois países sobre o tarifaço.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, prevê uma nova reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na próxima semana, no Canadá.

No acumulado de janeiro a outubro, em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, as exportações para os Estados Unidos caíram 4,5%, totalizando US$ 31,46 bilhões. As importações, por sua vez, somaram US$ 38,30 bilhões, um aumento de 11,6%. O saldo para os EUA no período foi um déficit de US$ 6,84 bilhões.

No total, as exportações brasileiras atingiram US$ 31,98 bilhões em outubro, um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo mês de 2024. As importações, por outro lado, caíram 0,8% no mesmo período, totalizando US$ 25,01 bilhões.

Com isso, a corrente de comércio subiu 4,5%, atingindo US$ 56,99 bilhões, valor inédito para meses de outubro.

Os dados da Secex também mostraram que o país bateu recorde de exportação, importação e corrente de comércio no acumulado de 2025.

De janeiro a outubro, as exportações movimentaram US$ 289,73 bilhões, aumento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 284,31 bilhões). Já as importações cresceram 7,1% ante o mesmo intervalo do ano anterior, somando US$ 237,34 bilhões nos dez primeiros meses de 2025.

A diferença entre as exportações e as importações do país resultou em saldo positivo de US$ 52,395 bilhões. A corrente de comércio foi de US$ 527,067 bilhões.

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