[AGÊNCIA DC NEWS]. O mercado de trabalho continua fortalecido, mesmo com o aumento da incerteza em relação à economia brasileira após a confirmação das medidas do governo dos Estados Unidos. A taxa de desocupação (desemprego) chegou ao menor nível da série histórica, iniciada em 2012: 5,8% no segundo trimestre. É a primeira vez que o indicador fica abaixo de 6%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na quinta-feira (31) pelo IBGE. Outro ponto máximo foi o do total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que atingiu 39 milhões, 357 mil a mais no trimestre (+0,9%) e 1,4 milhão a mais em 12 meses (+3,7%). Também registraram o maior número da série histórica os empregados no setor público (12,8 milhões) e os trabalhadores por conta própria (25,8 milhões).
O número estimado de desempregados foi de 6,3 milhões, queda de 17,4% em relação ao trimestre anterior e 15,4% menor na comparação com igual período de 2024. O total de ocupados (102,3 milhões) cresceu 1,8% e 2,4%, respectivamente, com redução da informalidade e do desalento. “O crescimento acentuado da população ocupada influenciou vários recordes da série histórica, dentre eles a menor taxa de desocupação”, afirmou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. Na comparação com o segundo trimestre de 2024, são mais 2,4 milhões de pessoas ocupadas. O nível de ocupação (que indica o percentual de ocupados em relação à população em idade de trabalhar) igualou recorde histórico, de 58,8%.
Mesmo com o crescimento do trabalho por conta própria e do emprego sem carteira no setor privado (13,6 milhões, +2,6% no trimestre), a taxa de informalidade (37,8%) é a segunda menor da série. Fica acima apenas de igual período de 2020 (36,6%). Esse percentual corresponde a 38,7 milhões de trabalhadores informais no país. Os desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho) agora são 2,8 milhões o que representa 13,7% menos no trimestre e redução de 4% no ano.
Entre os setores de atividade, o IBGE destaca o grupo que inclui administração pública, defesa, seguridade social, educação e saúde, com alta de 5% no trimestre e 3,4% no ano. “O crescimento significativo desse grupamento foi concentrado no segmento de educação”, afirmou Adriana Beringuy. Próximo do nível mais alto, com 19,5 milhões de ocupados, o Comércio (grupo que inclui reparação de veículos) variou 1,3% no trimestre e 3% em 12 meses – 258 mil ocupados e 561 mil ocupados a mais, respectivamente. Ainda na comparação anual, o emprego na indústria cresceu 4,9% (+615 mil), com 13,3 milhões de ocupados.
A pesquisa registrou ainda recorde no rendimento médio, estimado em R$ 3.477, alta trimestral de 1,1% e anual de 3,3%. A massa de rendimentos somou R$ 351,2 bilhões, também no maior nível da pesquisa.