Com recorde histórico, turismo fatura R$ 108 bi no primeiro semestre impulsionado por transporte aéreo

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O aumento no fluxo de passageiros e a maior oferta estão entre os motivos do crescimento do setor
(Rodney Costa/Zimel Press/Folhapress)
  • Em 2025, o setor registra crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado
  • Entre os destaques, o transporte aéreo fatura R$ 27,3 bilhões, com alta de 10,6% no período
Por Aryel Fernandes

[AGÊNCIA DC NEWS]. Com o maior faturamento já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2021, o turismo brasileiro bateu recorde no primeiro semestre de 2025. O faturamento de R$ 108 bilhões no período acompanha o crescimento de 6,9% do setor em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço representa um incremento de R$ 7 bilhões. Os dados são Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em dados IBGE. Todos os segmentos analisados pelo levantamento apresentaram aumento no faturamento, com destaque para o transporte aéreo, que faturou R$ 27,3 bilhões – crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. “O aumento no fluxo de passageiros, maior oferta e queda nos preços, foi o principal fator para esse desempenho”, afirmou o relatório.

Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, os números mostram a potência que o turismo brasileiro representa e os recordes de faturamento não são apenas números isolados. “Eles representam, também, mais empregos, geração de renda, oportunidades e possibilidades para o setor turístico brasileiro”, disse Sabino, em nota. Em variação, a maior alta, com 12,7%, foi do segmento de alojamento, que movimentou R$ 13,6 bilhões. Segundo o IBGE, a tarifa média subiu quase 10% no país, o que contribuiu para o resultado, mesmo com a taxa de ocupação apontada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) sendo inferior à de 2024: 53,5% contra 57,6%. Os demais ramos com desempenho positivo foram alimentação (+6,9%), outros tipos de transporte aquaviário (+6,5%), agências e operadoras (+6,3%) e transporte rodoviário de passageiros (+2,4%).

De acordo com o presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze, se a viagem de avião fica cara, o consumidor opta pelo ônibus, assim como se o hotel está caro, ele escolhe uma pousada, mas, normalmente, não se deixa de viajar. “Mesmo que algum item específico pese mais no bolso do consumidor, o turismo oferece diversas alternativas.” Quando a pesquisa destaca o recorte exclusivo de junho, dado mais recente disponível, outro recorde do turismo brasileiro é apontado: R$ 17 bilhões em faturamento, o maior para o período na série histórica, além de significar aumento de 5,6% ante junho de 2024. O cenário mensal é semelhante ao do primeiro semestre de 2025, com destaque novamente para o transporte aéreo – que apresentou a variação mais expressiva, de 12%, e faturou R$ 4,45 bilhões. O setor de alojamento teve alta anual de 8,5%, com faturamento de R$ 1,7 bilhão. O transporte rodoviário de passageiros também voltou a ganhar espaço, com uma alta anual de 6,1% e faturamento de quase R$ 3 bilhões.

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Segundo a FecomercioSP, o mercado de trabalho aquecido, a inflação em patamares mais baixos e a queda no preço médio das passagens aéreas devem sustentar o bom desempenho das atividades turísticas no segundo semestre. “No Turismo corporativo, o cenário também tende a permanecer positivo, impulsionado por eventos e compromissos já programados”, afirmou o relatório. No entanto, a entidade ressalta que fatores como uma possível desaceleração econômica e os efeitos do tarifaço podem afetar negativamente o setor. Na análise regional, o Rio Grande do Sul foi o que apresentou a maior alta em junho – quase 40%. O resultado foi influenciado pela base de comparação, devido às enchentes ocorridas em maio de 2024. Na sequência, o Amazonas cresceu 13,5% e o Pará avançou 6%. A FecomercioSP atribuí este crescimento na região Norte aos investimentos recentes e pela preparação para a 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP30) da Organização das Nações Unidas (ONU), em novembro. O estado de São Paulo registrou faturamento de R$ 4,3 bilhões, alta de 2,9%. Nove estados tiveram queda no faturamento em junho, com destaque para Rondônia (-11,3%), Minas Gerais (-7,2%) e Alagoas (-6,2%).

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