Confiança do empresário do comércio segue abaixo de 2024, mas intenção de investir cresce

Uma image de notas de 20 reais
Setor de bens duráveis tem índice mais alto de confiança, mas menor do que um ano atrás
(João Brito Jr./FolhaPress)
  • Indicador tem quarta alta mensal seguida, o que segundo a CNC mostra "retomada de parte do otimismo"
  • Levantamento identifica pessimismo em relação ao momento atual, mas visão positiva quanto às expectativas
Por Vitor Nuzzi Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou em julho sua quarta alta mensal seguida, para 106,7 pontos – o que aponta satisfação –, mas segue abaixo de 2024 (110,2 há um ano). A pontuação vai de 0 a 200. Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), entidade responsável pelo levantamento, “o varejo brasileiro vem retomando parte do otimismo perdido no início deste ano”. No mês, a alta do Icec foi de 0,6% – em relação a julho de 2024, queda de 3,2%. Já a intenção de investimento cresceu nas duas comparações.

Dos três componentes do indicador, a menor pontuação foi o das Condições Atuais, que inclui economia, setor e empresa: 80,7, no campo pessimista. Mesmo assim, houve alta de 1,5% no mês – e queda anual de 6,1%. O de Expectativas ficou em 134,9 pontos (-0,1% no mês e -4,1% ante 2024). E o que mede Intenções de Investimentos foi a 104,7 pontos, com alta de 0,7% nos dois casos.

Cada subíndice apresentou resultados diferentes conforme a situação. No caso das Condições Atuais, manteve-se no campo pessimista em relação à economia (62,3 pontos, com queda anual de 12,5%) e ao setor (79,1), e ligeiramente otimista no caso das empresas (100,7). As Expectativas ficam no campo positivo nos três casos (119,1 para a economia, 136,7 para o setor e 148,8 com as empresas), mas também com retrações anuais. As Intenções de Investimentos mostram otimismo quanto à contratação de funcionários (121,9 pontos) e ficam no negativo nos quesitos empresas (99,2) e estoques (92,9).

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“A recuperação gradual da confiança do empresário do comércio reflete um esforço do setor em se adaptar às incertezas do ambiente econômico”, afirmou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “É fundamental que o país avance em reformas estruturantes e em medidas que promovam segurança jurídica e previsibilidade, para que o setor produtivo possa se planejar melhor”. Segundo o economista João Marcelo Costa, a maior disposição para investir – identificada na pesquisa da CNC – “está ligada a um cenário de consumo mais aquecido, com os consumidores mais propensos a comprar, o que anima os empresários a reforçar seus quadros e ampliar seus negócios”.

Apesar de todos os setores de atividade continuarem no campo positivo, os dados mostram diminuição da confiança na comparação anual. A menor pontuação é do segmento que inclui supermercados, farmácias e lojas de domésticos (bens não duráveis): 104 (-3,4% anual). E a maior, de eletroeletrônicos, móveis, decoração, cine/foto/som, material de construção e veículos (bens duráveis), com 113,1. Mas é também o segmento com maior queda (-4,6%) em relação a 2024. O segmento de roupas, calçados, tecidos e acessórios marca 105,9 pontos (-1,2%). A pesquisa mostra pessimismo em relação às condições atuais e otimismo quanto às expectativas, independentemente do setor. Segundo a CNC, o levantamento tem amostra em torno de 6 mil empresas, de todas as capitais.

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