[AGÊNCIA DC NEWS]. A confiança dos consumidores paulistas e paulistanos diminuiu em fevereiro, segundo pesquisa do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Nos dois casos, a sondagem mostra pessimismo em relação aos rumos da economia, com redução das expectativas em relação ao emprego e à renda – que cresceram em 2024. Os dados ratificam o cenário exibido pelo Índice Nacional de Confiança (INC), também da ACSP, que teve a segunda queda seguida e o pior resultado para fevereiro desde 2022.
Assim, o Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP) caiu 2% em relação a janeiro deste ano e 8,4% na comparação com fevereiro do ano passado. E saiu do campo considerado neutro (100 pontos) para o pessimista (98). A pesquisa vai até 200 pontos. Já o ICCSP (do consumidor paulistano), que já refletia pessimismo, caiu ainda mais: 4,3% no mês e 8,2% no ano, atingindo agora 89 pontos.
Segundo a ACSP, a queda da confiança está atribuída a uma percepção menos positiva da situação financeira das famílias, atrelada à deterioração das expectativas futuras em relação à renda e ao emprego. De acordo com a entidade, os indicadores mostram também diferenças entre as classes socioeconomicas. No indicador do estado, a classe C teve um leve aumento na confiança, enquanto as classes AB e DE registraram queda. Já no que mede a cidade de São Paulo, a classe DE apresentou alta, enquanto as classes C e AB tiveram redução.
Como havia sido exposto no indicador nacional, o INC, a menor confiança traz impacto na intenção de consumo em relação a bens duráveis, caso de eletrodomésticos e automóveis, e mesmo no setor imobiliário. “Além da baixa disposição para investimentos futuros”, disse a ACSP. Para Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do IEGV-ACSP, há duas causas principais. A primeiro são os sinais de desaquecimento da atividade econômica, que começam a se refletir na menor geração de empregos. A segunda é a aceleração da inflação, com destaque para os aumentos de preços de produtos básicos, como alimentos e bebidas. “Num contexto de elevado grau de endividamento das famílias e juros altos, podem ser as causas para a redução da confiança de consumidores paulistas e paulistanos”, afirmou Gamboa. Para o economista, “mantendo-se o atual cenário, essa menor confiança pode implicar em menor crescimento do consumo durante os próximos meses.”
Na quinta-feira (7), o governo anunciou que zerou tarifas de importação de alguns produtos, como café e carne, para tentar reduzir preços. Nesta sexta-feira (8), o IBGE divulga os resultados finais do PIB de 2024. Para 2025, a expectativa do mercado é de crescimento de 2,01%, segundo o boletim Focus, do Banco Central.