Depois do iFood, 99 faz investigação interna para apurar vazamento de dados estratégicos

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de operação policial envolvendo espionagem corporativa contra o iFood, a 99 informa que deu início a uma investigação interna para apurar vazamento de informações estratégicas da companhia.

A empresa teria encontrado indícios de que dados confidenciais e sensíveis podem ter vazado por meio de ações criminosas. Dentre eles estão planos de lançamento da 99Food, contratos com restaurantes e estrutura comercial.

O app retomou as operações de delivery no Brasil neste ano, após tentativa fracassada entre 2019 e 2023.

As ações identificadas envolvem furtos e roubos de notebooks corporativos de funcionários ligados a setores estratégicos e abordagens de supostas consultorias, com mensagens oferecendo valores entre US$ 200 (R$ 1.072) e US$ 1.000 (R$ 5.360) para que participassem de pesquisa com perguntas sobre operações.

Segundo a 99, a investigação da companhia incluirá relatos e boletins de ocorrência de funcionários que sofreram perseguições em cidades onde a 99Food atua ou está desenvolvendo seus negócios, além de evidências das tentativas quase que diárias de invasão aos sistemas internos da empresa e ao aplicativo.

“Enquanto a 99 revoluciona um mercado há muito dominado por práticas que prejudicam restaurantes, entregadores e consumidores, acreditamos haver indícios que apontam para uma campanha para comprometer nossas operações: assédio para obtenção de dados, furtos de laptops, perseguições e tentativas diárias de acesso não autorizado”, diz a empresa.

No dia 15 de outubro, um dia após dar início as operações de delivery no Rio de Janeiro e em mais sete cidades do entorno, o app apresentou estabilidade em todo o país.

A 99, empresa controlada pela chinesa DiDi, anunciou investimentos de R$ 1 bilhão no mercado de delivery do país em abril deste ano. Em agosto, deu início às atividades após tentativa frustrada entre os anos de 2019 e 2023.

Em 50 dias de testes em Goiás (GO) realizou 1 milhão de pedidos, e expandiu o negócio para São Paulo e Rio, ampliando também a projeção de investimentos, agora na casa de R$ 2 bilhões até março de 2026.

INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO IFOOD

Na sexta-feira (24), a Polícia Civil de São Paulo realizou operação de busca e apreensão na casa de dois ex-funcionários do iFood acusados de vazamento de informações. Eles foram demitidos por justa causa.

Um dos mandados foi cumprido por policiais do 32º Distrito Policial com apreensão de dispositivos eletrônicos considerados de interesse da investigação. Um inquérito foi aberto sobre o assunto.

Em Piracicaba, interior de São Paulo, outro ex-funcionário teve seus celulares, computadores e pendrives apreendidos pela Polícia Civil no mesmo dia. O caso corre sob sigilo, mas a queixa apresentada pelo iFood aponta que ele teria transferido milhares de dados de clientes e outras informações internas para seus dispositivos pessoais. Parte desses dados teriam sido compartilhados com outras pessoas.

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