[AGÊNCIA DC NEWS]. O Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo (10), deverá ser o melhor para o comércio desde 2014, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com levantamento da entidade, a data deverá resultar em R$ 7,8 bilhões em vendas, com crescimento real (descontada a inflação) de 3,2% em relação ao ano passado (R$ 7,6 bilhões). A CNC projeta ainda 11,5 mil contratações temporárias para atender à demanda – o maior número em 12 anos – com salário médio de admissão de R$ 1.890 (+5,5% nominal, sem descontar a inflação de 5,35%). Seriam 5,2 mil contratados em hiper e supermercados, 2 mil no setor de utilidades domésticas e eletroeletrônicos e 1,9 mil em lojas de vestuário. A expectativa é de que 15% (1,7 mil) sejam efetivados, maior índice desde 2021.
Em outra projeção relativa ao Dia dos Pais, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) espera que a data movimente R$ 9,5 bilhões. A soma representa alta de 14,4% sobre 2024 (R$ 8,3 bilhões em vendas). “A expectativa positiva reflete o amadurecimento do setor e o comportamento do consumidor cada vez mais digital”, afirmou a entidade. Segundo a ABComm, a previsão é de 16,8 milhões de pedidos, com tíquete médio de R$ 567,50 – ante R$ 521,29 em 2024 (+8,9%).
“O consumidor está mais confiante e busca praticidade, variedade e bons preços”, disse o novo presidente da associação, Fernando Mansano, eleito em julho e com mandato a partir deste mês. “O e-commerce oferece tudo isso, com a vantagem de alcançar consumidores em diferentes regiões do país.” Para a ABComm, o melhor desempenho nas vendas é “impulsionado por campanhas promocionais, integração entre canais digitais e melhorias na logística”. Entre os segmentos mais procurados, estão moda, itens eletrônicos, perfumaria e bebidas. “Além do volume, o Dia dos Pais é importante para testar estratégias que serão usadas em outras datas comemorativas”, disse. “As empresas que investirem em planejamento e experiência do cliente devem se destacar.”
No levantamento da CNC, apenas o comércio de roupas deve somar vendas de R$ 3,2 bilhões. Em seguida, produtos de perfumaria e cosméticos (R$ 1,6 bilhão) e utilidades domésticas& eletroeletrônicos (R$ 1,3 bilhão). Somados, representam 78% do total. Segundo o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, os sinais de fortalecimento do mercado de trabalho, aliados à expansão real da massa de rendimentos, “criam condições propícias para que o varejo alimente a boa expectativa”. “A confiança do consumidor também tem melhorado pouco a pouco”, o que permite o empresário planejar contratações temporárias “como não víamos há mais de uma década”.
O levantamento da confederação mostra inflação da chamada cesta do Dia dos Pais (5,8%) acima do índice geral (projeção de 5%). Só três dos 13 itens ou grupos mostram diminuição de preço na comparação anual: televisores (-1 %), bebidas alcoólicas (-1,3 %) e aparelhos telefônicos (-1,5 %). Entre as principais altas, alimentação fora de casa (+8,2 %), livros (+6 %) e perfumes (+5,5 %). O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, diz que apesar da variação de preços acima do IPCA na cesta típica da data, a queda de itens de valor agregado – como televisores e smartphones – “ajuda a preservar o poder de compra e estimula presentes de maior tíquete médio”.
