[AGÊNCIA DC NEWS]. Entre os pratos típicos mais populares da culinária brasileira, o pão de queijo, desde o século 18, extrapolou os limites demográficos de Minas Gerais e angariou uma legião de fãs Brasil afora. Acertar a receita, porém, não é para todos. A mineira Luciana Peres, advogada e proprietária da loja Dona Celina Artesanal, produz três toneladas de pão de queijo mensalmente e abastece outros 60 estabelecimentos no estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia. A produção é intensa, e pretende ganhar mais um endereço na capital paulista. “O objetivo é abrir outra unidade no segundo semestre, mas ainda estou analisando”, disse Luciana. Para isso, a empreendedora quer replicar o atendimento personalizado do atual no bairro Jardim Guedala, no zona oeste da capital, mas dar um passo além: “Vou focar na área comercial, contratar um representante para me ajudar”.
Com expectativa de crescimento de 30% para 2025, Luciana Peres explicou que a ideia da Dona Celina Artesanal foi uma surpresa até mesmo para ela. “Tinha 44 anos e não sabia que tinha esse lado”, afirmou. A história de Luciana é reflexo de um cenário maior: segundo estudo realizado pela Maturi, plataforma voltada para o mercado de trabalho 50+, e NOZ Inteligência, empresa de pesquisa e inteligência de negócios, 70% das mulheres acima dos 50 anos estão em transição de carreira. “Muitas pessoas acham que está tarde [para mudar de área] e não está”, disse. A virada de chave se deu da necessidade de mudar ares após um burnout, que culminou em seu pedido de demissão em 2017. Foi então que ela abriu a loja em homenagem à avó materna – inicialmente, fazia encomendas todo domingo na cozinha do próprio apartamento.
Ainda que disposição não falte, a expansão da loja será em etapas. Luciana destacou a necessidade de um representante comercial para prospectar novos negócios para a Dona Celina Artesanal. “Assim podemos ampliar o negócio. A loja demanda muito de mim, então eu não consigo tocar essa parte mais”, disse. A distribuição também é uma questão a ser aprimorada. “O transporte é caríssimo. Tem alguns clientes que bancam. Você precisa ou ter um caminhão próprio refrigerado ou fretar um. Não importa se você tá mandando pouco ou me encher o caminhão.”
O boom por encomendas durante a pandemia rendeu um crescimento de 60%, e a advogada conseguiu manter o crescimento da loja entre 20% e 30% desde então. Luciana, que investiu R$40 mil para abrir a fábrica e a loja, credita isso ao foco no produto. “As pessoas se preocupam muito com a experiência do cliente na loja, mas se esquecem do produto. Só focam na embalagem”, afirmou. Só depois de três anos aprimorando o pão de queijo e sua produção que partiu para a loja física, que agora produz três toneladas mensais. À título de comparação, a Forno de Minas, fabricante de pão de queijo adquirida pela McCain em 2023, fabrica 1,5 mil toneladas mensalmente, conforme relatório do último trimestre de 2024. Ainda há muito mercado, e fome de pão de queijo, para Luciana ansiar.