Economia da China desacelera e cresce 4,8% no terceiro trimestre

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A economia da China desacelerou pelo segunda vez consecutiva e cresceu 4,8% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais divulgados neste domingo (19, manhã de segunda, 20, em Pequim), em linha com as expectativas de analistas.

Economistas consultados pela Reuters estimaram que o PIB (Produto Interno Bruto) chinês avançaria os mesmos 4,8% entre julho e setembro. O ritmo é menor do que os 5,2% registrados no segundo trimestre e os 5,4% do primeiro trimestre, e está abaixo dos 5% da meta de crescimento para o ano.

A alta no trimestre foi puxada principalmente pela indústria, que cresceu 6,5% no período, bem acima da estimativa de 5%. As vendas no varejo cresceram 3%, menor taxa desde o ano passado, em linha com o esperado pelos analistas.

Na comparação com o trimestre anterior, o PIB cresceu 1,1% entre julho e setembro, acima da expectativa de 0,8% e de um crescimento revisado de 1,0% nos três meses anteriores, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas.

A segunda maior economia do mundo vem perdendo fôlego gradualmente após um início de ano mais forte. A China é afetada principalmente por uma prolongada crise no setor imobiliário, pelo consumo interno mais fraco e pelas tensões comerciais com os Estados Unidos.

A divulgação ocorre sob uma nova ameaça do presidente Donald Trump de impor tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro. Na mesma data, também serão aplicados controles de exportação para todos os tipos de softwares críticos, de acordo com publicação de Trump na plataforma Truth Social.

A taxa atual, de 30%, foi acordada em maio após escalada guerra comercial entre os dois países alcançar tarifas de três dígitos.

A nova sobretaxa adicional de 100% contra a China, segundo Trump, é uma resposta à “posição extraordinariamente agressiva” do país de “impor controles de exportação para todos os tipos de produtos”.

O governo de Xi Jinping anunciou no início deste mês a adoção de controles de exportação que deve causar rupturas no fornecimento global de terras raras, produtos essenciais para uma série de setores. Pelas novas regras, empresas estrangeiras precisarão obter autorização de Pequim para exportar ímãs críticos e outros produtos que contenham até pequenas quantidades de terras raras extraídas da China.

Segundo dados alfandegários divulgados neste domingo (19), a exportação de imãs de terras raras da China caiu 6,1% em setembro em relação ao mês anterior, de 6.146 toneladas para 5.774 toneladas. Nos três primeiros trimestres deste ano, a queda é de 7,5% em relação ao mesmo período em 2024.

Hoje, a tarifa média efetiva dos EUA sobre importações chinesas, que leva em conta fatores como exceções setoriais, é de 58%, segundo o Instituto Peterson de Economia Internacional. A tarifa média praticada pela China, de acordo com os mesmos cálculos, é de aproximadamente 32%.

No segundo trimestre, a economia chinesa cresceu 5,2% em relação ao mesmo período em 2024, superando as projeções do mercado financeiro. A alta foi devida principalmente ao crescimento de 6,8% da indústria.

Na ocasião, em julho, o Escritório Nacional de Estatística, avaliou que o crescimento “demonstrando forte resiliência e vitalidade” se deve às políticas de estímulo adotadas por Pequim desde o final do ano passado, citando também fatores instáveis e incertos no ambiente internacional.

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