SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A imposição de tarifa de 50% feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros não causou uma mudança significativa nas expectativas dos economistas ouvidos pelo Banco Central para os principais índices da economia nacional.
O boletim Focus desta segunda-feira (4) apresentou uma queda na previsão para a inflação e manteve a perspectiva para o PIB (Produto Interno Bruto), o dólar e a taxa de juros deste ano.
A expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu pela décima semana seguida, indo de 5,09% para 5,07%. Os analistas também reduziram o IPCA de 2026 para 4,43%, uma diminuição de 0,01 ponto percentual em relação à semana passada. Já a expectativa para 2027 e 2028 segue em 4% e 3,8%, respectivamente.
Com isso, o mercado manteve a espera que a inflação fique no limite da meta no próximo ano. O objetivo é alcançar uma alta de preços anual de 3%, com variação de 1,5% para cima ou para baixo.
Além da inflação, o outro índice que teve alteração na comparação com o último boletim foi o PIB, que teve uma redução em 2026 (de 1,89% para 1,88%) e 2027 (de 2% para 1,95%). Neste ano, a perspectiva é que o crescimento econômico seja de 2,23%, patamar mantido pela quarta semana consecutiva.
Já o dólar permanece em R$ 5,60 para o término deste ano e em R$ 5,70 nos três anos seguintes, enquanto a Selic deve fechar 2025 em 15%, de acordo com os economistas.
Trump confirmou o aumento na tarifa de importação na última quarta-feira (30), mas isentou 694 produtos brasileiros da cobrança. Ficarão livres do tarifaço, por exemplo, derivados de petróleo, ferro-gusa, produtos de aviação civil e suco de laranja. Por outro lado, carnes, café e pescado não escaparam.